Difícil conhecer alguém que não tenha alguma história envolvendo acidentes com crianças. Seja por estripulia, descumprimento da ordem dos pais ou pela curiosidade nata de explorar o mundo ao seu redor, os pequenos estão sujeitos a sofrer acidentes a todo o momento, principalmente durante a primeira infância.
Privá-los do acaso, não é possível. Mas conscientizar-se e colocar em prática algumas medidas de segurança é fundamental para a prevenção.
Especialistas alertam que 90% dos casos de acidentes com crianças podem ser evitados. Quanto mais informações chegarem à população, mais cuidados serão tomados, evitando, assim, muitos acidentes. “É preciso uma mudança cultural em relação aos cuidados. Os comportamentos voltados à prevenção devem fazer parte da rotina das famílias, tornando as gerações cada vez mais seguras e conscientes de seus deveres relacionados à prevenção de acidentes”, afirma a pedagoga Karen Roberta Moriggi.
Cada faixa etária requer um cuidado especial, porém, algumas medidas são básicas, como desde sempre conversar e explicar para a criança que algo é perigoso e não deve ser feito. Além disso, brinquedos sempre devem ter o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e respeitar a idade indicada.
É natural da criança querer brincar e se aventurar no ambiente em que está – o que, na realidade, é saudável e traz muitos benefícios para o desenvolvimento. “Atenção, cuidado, prevenção e proteção se fazem com carinho e amor, e não com paranoia. A criança tem o direito de explorar os espaços, conhecer o mundo com seus próprios passos, senti-lo com as mãos e boca. Precisamos ter bom senso, evitar os riscos, mas permitir a descoberta. Observar, supervisionar, e não podar o desenvolvimento”, destaca Karen.
É verdade que avós e avôs podem ser considerados “pais duas vezes”. A experiência deles em já terem criado um filho, ajuda (e muito) quando chega a nossa vez. Porém, como os tempos são outros, alguns conflitos podem acontecer, como no caso da segurança dos pequenos. “É importante que haja uma convivência saudável e respeitosa entre pais e avós. Primeiramente, cabe aos pais entenderem que alguns avós não tinham as informações que hoje temos; deve-se a isso a maneira como explicam e defendem algumas situações, baseados em crendices ou em experiências pessoais”, aponta Karen.
Como, muitas vezes, os avós fazem parte do convívio dos netos, o diálogo se faz essencial. Buscar mostrar como e porque pretende deixar seu filho seguro é importante para que eles compreendam suas atitudes e também as passe para as crianças, colocando em prática no próprio local onde convivem.
Fontes: Gabriela Guida de Freitas, coordenadora nacional da ONG Criança Segura;
Karen Roberta Moriggi, pedagoga e coordenadora do curso de pedagogia da Faculdade Anhanguera de Piracicaba (SP).
Publicado por Hugo Shigematsu
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Este conteúdo foi publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.