Existem muitos alunos que têm dificuldades na aprendizagem da matemática. Segundo eles, isso acontece por causa do jeito de ensinar do professor ou porque eles consideram a disciplina complexa.
Já para muitos professores ocorre o contrário, os alunos não aprendem simplesmente porque têm preguiça e desânimo para pensar, refletir e raciocinar sobre os exercícios propostos. No entanto, esses bloqueios podem ter outra causa.
Dificuldades em resolver problemas; relacionar quantidades a números; consultar tabelas; distinguir direito e esquerdo, entre outras questões, podem estar associadas a um transtorno de aprendizagem conhecido como discalculia, que ocorre devido à má formação neurológica caracterizada pela incapacidade de avaliar, refletir e raciocinar sobre conceitos matemáticos.
O transtorno pode variar de pessoa para pessoa e é identificado isoladamente ou em combinação com outros transtornos, como por exemplo, a dislexia.
Segundo Kosc apud García (1998), a discalculia está associada a seis subtipos de dificuldades matemáticas específicas, que são:
Essas dificuldades são persistentes e, muitas vezes, maiores do que o esperado para a idade do aluno, impedindo que ele desenvolva algum ou vários tipos de habilidade matemática.
Ao perceber esses bloqueios, se faz necessário encaminhar o aluno para consultas com profissionais especializados (psicólogos, psicopedagogos e neuropsicólogos), que realizarão testes que podem confirmar ou descartar o transtorno de discalculia.
Assim que for diagnosticado, o aluno precisa iniciar o tratamento, que envolve atividades e intervenções direcionadas especificamente para cada caso.
Para auxiliar os alunos com discalculia, os professores de matemática podem adotar algumas ações durante as aulas. Uma delas é utilizar exemplos concretos do cotidiano que conectam a Matemática à vida real.
Podem também aproveitar auxílios visuais ao resolver problemas; usar papel milimetrado para ajudar a manter os números alinhados; e utilizar pedaços de papel para cobrir a maior parte das atividades propostas, a fim de que o aluno possa se concentrar em cada uma das etapas ou entregar essas atividades separadamente, facilitando o foco e a atenção.
Se identificado o transtorno de discalculia tardiamente, poderá haver prejuízo no desenvolvimento escolar e até mesmo comprometer o desempenho futuro do aluno em sua vida pessoal e profissional.
Por Bruna Braga, professora de Matemática com Licenciatura em Matemática e Pedagogia.
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