É só o frio chegar para as crianças se queixarem de dor de garganta. Aliás, este é um sinal de alerta para dizer que algo não vai bem com o organismo, sendo um sintoma bastante comum de gripes e resfriados.
Especialistas explicam que algumas medidas podem ser determinantes prevenir este mal-estar, como beber muita água para hidratar o corpo e a garganta, e cuidar da alimentação, fortalecendo assim o organismo. Além disso, é preciso ficar atento quanto ao diagnóstico. Somente um médico pode dizer corretamente a causa da dor de garganta – se é por vírus ou bactéria – e indicar o melhor tratamento.
O otorrinolaringologista Paulo Eduardo Souza explica que a faringite é a inflamação da faringe, parte de trás da garganta. Quando a criança está com essa doença, sente dor ao engolir, e ainda há uma vermelhidão na parede do fundo da boca, sendo que esses são seus principais sintomas.
Já a amigdalite é a inflamação das amígdalas, tecidos que ficam nas laterais da garganta. “Os sintomas mais comuns são dor intensa, principalmente para engolir, febre, mal estar, indisposição, amígdalas inchadas e placas de pus”, diz o profissional.
Tratamento correto
– Faringite: Como ela pode ser viral, a otorrinolaringologista Renata Di Francesco diz que o ideal é utilizar medicamentos para melhorar e amenizar os sintomas, como analgésicos, antitérmicos ou anti-inflamatórios. Quando se trata de infecção causada por vírus, é preciso esperar até que seu ciclo de vida acabe, o que dura por volta de 3 a 5 dias.
– Amidalite: Também pode ser viral, assim como a faringite, e por isso, recebe um tratamento semelhante. Porém, quando a amidalite é causada por bactérias, então a doença deve ser tratada com o uso de antibióticos, mas somente um médico poderá confirmar.
– Laringite: A laringe está situada na região do pescoço, na parte de cima da traqueia. A doença acontece quando sua mucosa está inflamada. O principal sintoma é a rouquidão ou perda total da voz. Pode ter causa viral ou mesmo por reação alérgica. Neste caso, o tratamento por ser realizado com a indicação de antialérgicos. Em todos os casos, beber muita água é fundamental.
Como evitar?
Apesar de crianças de todas as idades correrem o risco de apresentar esses quadros, os profissionais afirmam que é mais comum a partir dos três anos, se perdurando até a adolescência. O médico Fernando Portinho, otorrinolaringologista,explica que, além da mudança na rotina e a alimentação, que muitas vezes fica desregrada, há um maior contato com os outros adolescentes e por isso, essas doenças ficam mais comuns.
Para tentar impedir que isso aconteça sempre, Renata Di Francesco dá algumas dicas: “As doenças virais devem ser evitadas, assim como resfriados comuns, tentando fugir de lugares cheios e pouco ventilados, exposição exagerada ao frio e mudanças bruscas de temperatura. Quando estas doenças são muito frequentes, deve ter uma avaliação médica para procurar fatores desencadeantes destes quadros, deficiências imunológicas e alergias das vias respiratórias, entre outras. Além disso, uma alimentação saudável é sempre importante, pois ajuda a fortalecer o sistema imunológico. “Uma alimentação adequada e hábitos diários saudáveis são fundamentais para prevenção dessas infecções. Tratar eventuais problemas respiratórios também é importante”, completa a profissional.
Texto de Amanda Araújo
Fontes:
Paulo Eduardo Souza, otorrinolaringologista;
Renata Di Francesco, médica associada da ABORL-CCF, Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial;
Fernando Portinho, otorrinolaringologista