Com a chegada do verão, é normal que as pessoas passem mais tempo com a roupa de banho úmida ao corpo quando estão na praia ou na piscina. Embora pareça inofensiva, essa prática pode ocasionar dermatites na região da genitália, sendo facilitadoras para o surgimento e proliferação de germes na via urinária.
A Infecção do Trato Urinário – ITU atinge homens e mulheres, em qualquer faixa etária. Pode acometer a bexiga (cistite), a ureta (uretrite) e rins (pielonefrite). Os sintomas da infecção urinária denominada baixa são desconforto, dor para urinar, necessidade de ir mais vezes ao banheiro e sensação de esvaziamento incompleto da bexiga.
“Nestes casos e, no homem, é preciso investigar para saber se existe o comprometimento da próstata. Se a infecção atingir os rins, os sintomas são os mesmos, porém, a pessoa terá também febre e comprometimento do estado em geral”, explica Dr. Flavio Trigo, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo.
Na mulher, as chances de contrair a bactéria são maiores, já que a uretra é curta, medindo em torno de 4 centímetros. Pelo menos 50% das mulheres serão acometidas pela doença ao menos uma vez na vida. Problemas como diabetes, alterações no PH vaginal por conta da gravidez e complicações ginecológicas, como corrimento e a vulvovaginite – inflamação da vulva e da vagina, contribuem para a colonização do germe na bexiga.
Na menina
As vulvovaginites podem ser uma das causas para o aparecimento da infecção urinária na criança. “É importante fazer um exame clínico e, como prevenção, avaliar a vagina da menina”, afirma Trigo. Ele explica que, antes de um ano de idade, pode ocorrer alteração no desenvolvimento da estatura, sintomas e sinais genéricos que podem chamar atenção para o problema.
“Os pais devem educar a filha, desde cedo, a ter hábitos de higiene e orientá-la sobre a forma correta de urinar, nunca em pé. Um problema muito comum é a forma inadequada de se limpar após a defecação, permitindo que as fezes tenham contato direto com o períneo e a vagina, contaminando a área, facilitando a infecção urinária baixa, ou seja, a cistite”, diz o especialista.
Já no homem, os problemas da próstata, glândula localizada abaixo da bexiga e à frente do reto, podem surgir após os 50 anos. São caracterizados por dificuldade de esvaziamento da bexiga, jato urinário fino e fraco, bem como o aumento do número de micções. Decorrente disto, ocorre uma queda natural de defesa e função do órgão, que pode levar ao aparecimento da infecção urinária.
No menino
No nascimento, temos a fimose fisiológica, que até pode permanecer até os quatro anos. A patologia é caracterizada por dificuldade de expor a glande após a retração da pele que a recobre. Desta forma, pode acontecer uma balanopostite, que é uma inflamação desta região do pênis da criança, facilitando o aparecimento da infecção urinária.
Em termos de prevenção, além dos cuidados com a higiene, é bom evitar permanecer muito tempo com as peças íntimas úmidas nos órgãos genitais e recomenda-se beber muita água. A recomendação de não segurar a urina por muito tempo continua valendo. “O que se sabe é que, algumas vacinas específicas para combater a bactéria escherichia coli são efetivas”, explica o médico.
Se não tratada, a infecção urinária baixa, a cistite, pode evoluir para a pielonefrite, que leva a complicações e cicatrizes do rim, podendo alterar a função renal. A recomendação é que se procure um urologista para investigar a doença e realizar o melhor tratamento.
Fonte: Dr. Flavio Trigo, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo.
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Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.