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Língua presa: detecção em recém-nascidos favorece o desenvolvimento da fala

língua presa

A anquiloglossia (língua presa) é a condição em que o frênulo lingual, a faixa de tecido que une a língua ao assoalho da boca, restringe o movimento da língua. Este tecido é uma membrana fibrosa, produzido nos estágios iniciais do desenvolvimento da cavidade oral.

Na amamentação, a língua tem o papel fundamental, pois ajuda a manter o peito na boca em posição adequada, criando um canal, como sulcos, ao longo do seu comprimento, mantendo o peito no lugar e segura o leite na parte de trás da língua, preparando-o para ser engolido. De forma eficiente, permite uma boa coordenação da sucção, da deglutição e da respiração.

A limitação da mobilidade lingual em recém-nascidos pode causar alterações como amamentação dolorosa, mamilos rachados ou mastite da mãe, baixo ganho de peso do recém-nascido, período de tempo excessivamente longo em cada amamentação e, pior ainda, a cessação da amamentação prematura.

A fonoaudióloga Adriana Tessitore reforça que essa alteração prejudica ainda outras funções além da amamentação, como a mastigação, a deglutição, o sono e a fala. “Porém, observamos que a amamentação e a fala são normalmente as que mais ficam prejudicadas e terá reflexos ao longo do desenvolvimento da criança, estendendo-se na adolescência e na fase adulta também”.

A partir do desenvolvimento infantil, a aquisição da fala passa a ser um novo desafio. A alteração do frênulo pode impactar de forma negativa para a criança.

Tratamento

O tratamento do frênulo alterado consiste em uma simples cirurgia. São dois tipos de procedimentos: frenotomia, quando é dado um corte/pique no frênulo (realizado em recém-nascidos), e frenectomia, quando retira o frênulo, podendo haver necessidade de ponto cirúrgico (mais comum em crianças maiores, adolescentes e em adultos). A cirurgia deve ser realizada por um odontólogo ou médico.

Embora a cirurgia ajude a corrigir as disfunções, mesmo que posteriormente tenha o auxílio de uma terapia com fonoaudiólogo, em adultos as dificuldades na produção dos sons da fala ainda permanecerão. “Há uma melhora significativa dos movimentos da língua após a cirurgia, mas a fala do paciente adulto não melhora por si só, porque ele criou um padrão motor cerebral difícil de ser modificado, e que persistirá, ainda que em um grau muito menor”, explica Irene.

Por isso, a Associação Brasileira de Motricidade Orofacial (ABRAMO) reforça a importância da detecção em bebês, ainda na maternidade. Se necessária, a cirurgia é simples, com o famoso “pique” na língua. Quando a alteração do frênulo é corrigida, a amamentação flui naturalmente, sem que ocorram interferências na saúde e no desenvolvimento do bebê.

Fonte: Adriana Tessitore, fonoaudióloga.

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Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.