Situações corriqueiras na infância, as brigas com os amiguinhos são passos importantes no desenvolvimento das crianças. Não que os pais devam incentivar os seus filhos a isso, nem apoiar as desavenças, mas é fundamental deixar o pequeno resolver sozinho esses desentendimentos. A não ser que a peleja ultrapasse o limite do aceitável, ou seja, quando há agressões físicas e bullying.
A psicóloga Marcela Caiado de Castro explica que, na maioria dos casos, os pais não devem intervir. “Eles não devem se preocupar com as brigas, nem superproteger a criança. Devem, sim, possibilitar que ela amadureça e possa criar seus próprios recursos, que a acompanharão por toda a vida”, frisa.
Para muitos pais, não é fácil controlar a vontade de defender seus filhos na hora das brigas e discussões com os amiguinhos. Porém, o ideal é manter-se o mais afastado possível da situação, observando à distância como seu pequeno vai resolver a pendência.
“A cada etapa do desenvolvimento, o ser humano apresenta, sim, recursos para resolver os conflitos, e assim se estruturar para quando os conflitos da próxima etapa aparecerem”, salienta a psicóloga.
– Proponha que ele se coloque no lugar do outro, mesmo que o amigo esteja errado.
– Peça que ele tente entender o porquê desta atitude do colega na hora do conflito.
– Explique que, num momento de raiva, discutir não ajuda em nada. Quando os ânimos se acalmarem, a amizade voltará ao normal.
– Seu filho precisa aprender que amigos também brigam, mas que é preciso tomar cuidado com as palavras, para não ofender. Assim, a criança pratica o respeito e a tolerância.
Muitas vezes, até entre melhores amigos existem discussões, discordâncias e ciúme. Não é raro o filho reclamar que está chateado com algum coleguinha ou que brigou na escola. Nessas horas, os pais precisam apenas orientar a criança para que ela aprenda a resolver a questão da melhor forma.
Mais que se preocupar em incentivar o filho a retomar a amizade, é importante que os pais estejam atentos aos comportamentos e sentimentos hostis voltados à criança envolvida na briga.
Ensinar o pequeno a lidar com seus sentimentos é fundamental para que ele se torne uma pessoa capaz de se relacionar com diferentes grupos de pessoas, a lidar com o preconceito, com as diferenças de modo geral.
quando perceber que o pequeno agride o amiguinho em situações isoladas;
quando as crianças não estão numa situação que sugira a competição;
quandoseu filho não tem controle sobre a força que possui;
quando utiliza ferramentas como brinquedos, objetos pontiagudos, lápis, caneta, pedras, para agredir o colega;
quando há intenção de machucar o outro.
Fonte: Marcela Caiado de Castro, psicóloga clínica.
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Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.