Estima-se que, até os dois anos de idade, uma criança use, em média, 5.670 fraldas. Isso significa que, na maior parte do tempo, a região fica abafada, além de entrar em contato com a urina e as fezes. Por mais cuidadosos que os pais sejam não é trabalho fácil evitar que alguns problemas apareçam, caso da dermatite de fraldas, problema que afeta entre 25 e 65% das crianças.
Como reconhecer o problema?
“A dermatite de fralda é, na maioria das vezes, irritativa e não alérgica, causada por uma associação de fatores, como contato prolongado com fezes e urina, fricção, aumento da temperatura local e oclusão. Isso leva a um aspecto de vermelho brilhante, com áreas de descamação de intensidade variável nas áreas de contato com a fralda”, explica a dermatologista Lilian Braga.
É importante que os pais fiquem atentos e procurem um médico caso os sintomas se tornem frequentes e/ou duradouros, pois essa dermatite pode trazer outros problemas. Existe o risco de infecção secundária por bactérias ou fungos, o que exige um tratamento específico e mais complexo. Vale ressaltar que os pais não devem se orientar pelo “achismo”, pois apenas um especialista pode detectar se o problema apresentado pela criança é realmente dermatite de fraldas ou algo mais grave.
Existem alguns cuidados simples que podem ser tomados para prevenir a dermatite. Veja:
Pomadas: “Pode-se usar pomadas que possuem função de barreira, à base de óxido de zinco”, afirma Lilian. Mas o cuidado deve ser diário, principalmente no período noturno, quando a criança passa mais tempo com a mesma fralda. Para saber quais são as pomadas mais indicadas, converse com um pediatra e leia a bula para confirmar a presença do óxido de zinco.
Água e sabão: sempre que possível, faça a limpe a criança com água e sabonete, deixando os lenços umedecidos como última escolha. E não se esqueça de secar bem o local antes de colocar a nova fralda.
Troca frequente: de acordo com a dermatologista, é importante fazer a troca de fraldas quando há umidade ou fezes, mas ainda assim ela aponta o intervalo médio para a substituição. “Em média, o ideal é trocar a cada uma hora em recém-nascidos e a cada três a quatro horas nas demais idades”. Porém, a substituição deve ser mais frequente caso haja diarreia – o melhor é que seja retirada imediatamente para evitar irritação.
Escolha da fralda: tanto as fraldas descartáveis como as de pano têm pontos fracos e fortes. Portanto, o melhor é se certificar de que a fralda não provoca alergia e mantém a criança seca.
Ao natural: deixar o bebê o máximo possível sem fraldas pode ajudar a evitar, ou ao menos amenizar, os sintomas desse tipo de dermatite. Portanto, sempre que puder, permita que a pele da criança respire livremente.
Texto de Tereza Guedes
Fonte: Lilian Z. Braga é dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Sociedade Brasileira de Laser, além de responsável pelo setor de dermatologia do Instituto Braga Cirurgia Plástica e Dermatologia, em Sorocaba