É alarmante a quantidade de pessoas que desenvolvem distúrbios psicológicos como ansiedade e depressão, que afetam negativamente o corpo, as atividades rotineiras e o convívio social. Os cientistas estudam diferentes formas de ajudar, lançando mão de pesquisas que envolvem desde terapia comportamental, psicoterapia, yoga, meditação e até fitoterapia e medicamentos de uso controlado. Na área da nutrição, chama a atenção da ciência há tempos a utilização dos ácidos graxos de cadeia longa, o ômega 3, como neuronutrientes que podem dar suporte nutricional às pessoas que sofrem destes males.
“O consumo diário de ômega 3 é capaz de auxiliar nas melhorias das funções cerebrais associadas a estes transtornos mentais, pois ele ajuda a melhorar o controle das emoções e do humor, diminuindo sintomas depressivos e ansiosos”, afirma a consultora científica, Dra. Maria Inês Harris.
As membranas das células cerebrais são compostas, em sua maior parte, de ácidos graxos ômega 3, que são essenciais para o desenvolvimento e bom funcionamento do tecido cerebral e suas conexões.
Um cérebro bem nutrido com ômega 3 é capaz de minimizar ou evitar certos desequilíbrios químicos que favorecem o surgimento de transtornos mentais. Pesquisas já mostraram que a baixa ingestão de ômega 3 está diretamente ligada ao humor deprimido, angústia e comportamento impulsivo.”Os ômegas 3 aumentam a liberação de corticotropina, um hormônio que reduz a hiperatividade e modera algumas emoções”, complementa a Dra. Harris.
Um estudo coletou amostras de sangue de 68 estudantes de medicina durante o período de menor estresse e nos dias anteriores a um exame. Entre eles, os estudantes com maior nível de ômega 3 apresentaram uma redução de 20% nos sintomas de ansiedade. As análises mostraram que um número maior de ácidos graxos ômega 3 levou a reduções na produção de interleucina-6 com propriedades pró-inflamatórias. Esses dados sugerem que a suplementação com este ácido graxo pode reduzir a inflamação e a ansiedade mesmo entre jovens saudáveis.
Outro estudo, conduzido com adultos coreanos, comparou 80 pacientes diagnosticados com depressão a 88 indivíduos que não apresentavam nenhuma doença crônica. Os resultados evidenciaram que o risco de depressão pode ser reduzido com o aumento dos níveis de ômega 3, já que os níveis desses ácidos graxos eram significativamente menores em pacientes com depressão comparados àqueles sem depressão.
A inclusão de ômega 3 na dieta também pode ser benéfica para a depressão pós-parto e o transtorno bipolar. “A suplementação com ômega 3 em mulheres grávidas, principalmente no último trimestre de gestação, auxilia no desenvolvimento cerebral do feto. Caso a mulher continue a ingestão após o nascimento da criança, terá um
risco menor de desenvolver depressão pós-parto”, ratifica a Dra. Harris.
Fonte: Dra. Maria Inês Harris, consultora científica da Biobalance.
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Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.