A escolha de se tornar vegana na gravidez exige uma série de modificações no cardápio e em aspectos cotidianos da vida. O veganismo é uma filosofia que exclui o consumo de qualquer produto que tenha como origem a exploração e crueldade dos animais, como roupas e sapatos de couro, remédios e cosméticos testados em animais, entre outros. Na alimentação, essa ideologia exclui o consumo de qualquer alimento de origem animal, incluindo ovos, leite e seus derivados.
Muitas mulheres, que abdicaram desse consumo, costumam ter dúvidas se durante a gestação faltará algum nutriente importante para o bebê e se isso prejudicará o crescimento do feto.
Segundo a nutricionista Cyntia Maureen, a alimentação que exclui qualquer item de origem animal não traz prejuízos nessa fase, mas é preciso tomar alguns cuidados, como acompanhamento médico e nutricional durante todo o processo, para obter as orientações necessárias. Veja abaixo alguns mitos e verdades sobre o assunto:
Verdade. De acordo com o artigo publicado no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, a alimentação vegetariana e a vegana na gravidez são saudáveis, nutricionalmente adequadas e podem fornecer benefícios na prevenção e no tratamento de certas doenças, como diabetes, doenças cardíacas, hipertensão arterial, obesidade e alguns tipos de câncer. Além disso, conferem vantagens cerebrais ao feto. “Portanto se trata de uma opção segura, tanto para a mãe quanto para o bebê, lembrando que deve-se sempre ter acompanhamento médico”, indica Cyntia.
Mito. Por se tratar de uma opção altamente restritiva, pode trazer problemas à saúde se não for efetuada de forma correta – assim como em qualquer dieta em que você não consome os nutrientes necessários. “É preciso ter atenção, aumentar a ingestão de legumes, verduras e frutas. Não basta só deixar de comer carne, mas sim fazer com que os nutrientes da carne sejam substituídos por outros alimentos”, comenta. “Dessa forma, essa opção alimentar não prejudicará a criança”.
Mito. A mãe pode optar pela amamentação normalmente. Sempre lembrando a importância de fazer um acompanhamento médico rigoroso com nutricionista e pediatra para garantir que as vitaminas e minerais passados para o bebê não estejam abaixo do necessário.
Mito. Segundo a especialista, não há nenhuma contraindicação em relação ao fato da criança deixar de ingerir alimentos de origem animal. Pelo contrário, sendo bem equilibrada, a ausência de alimentos de origem animal contribuirá para a saúde das crianças e aumento da imunidade. “Minha orientação é que, assim como nas dietas convencionais, a criança adote esse hábito com a supervisão de um especialista. Devido ao fato de estarem em fase de crescimento, os pequenos possuem uma necessidade maior de nutrientes na comparação com os adultos”, conclui a nutricionista.
Fonte: Cyntia Maureen, nutricionista e consultora da Superbom.
Leia também:
Estresse na gravidez pode afetar o crescimento do bebê
O perigo da obesidade durante a gravidez
Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.