De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a utilização de filtros solares na primeira fase de vida é fundamental, pois cerca de 80% de toda radiação solar que recebemos durante a vida ocorre nos primeiros 18 anos de idade. Crianças e adultos têm necessidades de proteção distintas. Os protetores específicos para o uso infantil são desenvolvidos para que a pele sensível esteja mais protegida dos raios solares, fornecendo maior resistência à água e diminuir o surgimento de manchas e outras complicações futuras. De acordo com a Dra. Flávia Addor, especialista e mestre em dermatologia, a atenção dos pais com a proteção solar das crianças é fundamental e os cuidados devem ser constantes, não apenas quando estão na praia ou na piscina.
“Os pais costumam se lembrar do protetor solar apenas quando as crianças estão em situações de exposição direta ao sol. Mas existem diversas situações em que eles acabam negligenciando esse cuidado e podem acabar comprometendo a saúde dos seus pequenos“, afirma a especialista, que listou alguns dos principais momentos em que os pais ou responsáveis também devem aplicar o filtro solar nas crianças:
1- Locais abertos, como parquinho e quadra da escola
Nestes momentos, muitas vezes a criança está longe dos pais. A médica explica quais são os momentos de aplicar e retocar o protetor: “É importante a aplicação antes de sair de casa e, caso haja atividades ao ar livre, orientar a criança a reaplicar de duas em duas horas nas áreas expostas, sob supervisão do professor ou responsável“.
Como a infância é o período mais adequado ao aprendizado, a educação sobre o uso de protetores solares também é imprescindível. “Se o ensino é feito desde cedo, como escovar os dentes, a probabilidade de aprendizado é maior”, argumenta a doutora.
2- Situações recreativas, como esportes ao ar livre
A Dra. Flávia afirma que, nestas situações, a exposição solar também é muito grande e o ideal é usar, além do protetor solar, roupas adequadas para a prática de esportes: “Em situações como esportes ao ar livre, nos quais as crianças suam muito, o retoque (reaplicar o protetor solar) é necessário. Além disso, a preferência por roupas que protejam dos raios ultravioleta são indicadas, como camisetas mais fechadas e bonés”. A dermatologista também alerta que existem, atualmente, roupas específicas, com tecidos com FPU (fator de proteção ultravioleta), que protegem do sol e podem ser encontradas em lojas especializadas.
3- Em dias nublados ou durante o inverno
Mesmo em dias sem sol ou durante a estação mais fria do ano, existe radiação solar de alto risco. A especialista alerta que até 60% dos raios podem atravessar as nuvens: “A insolação muitas vezes é negligenciada e o frio gera uma falsa sensação de proteção, aumentando ainda mais o risco de problemas futuros”.
4- Passeios escolares ou com a família, como piquenique e zoológico
A aplicação do protetor sempre deve obedecer ao fator mínimo de proteção: “Segundo o Consenso Brasileiro de Fotoproteção da Sociedade Brasileira de Dermatologia e de acordo com a Academia Americana de Dermatologia, o FPS mínimo deve ser 30, tanto para crianças como adultos. Além disso, os pais e responsáveis devem sempre lembrar das áreas mais escondidas do corpo, como orelhas, dorso de pés, testa e pescoço nas crianças com cabelos longos”, ressalta a dermatologista.
A especialista complementa que não é recomendado o uso de protetores em crianças abaixo de seis meses. “Já entre seis meses e dois anos, prefira os protetores específicos para essa faixa etária, resistentes à água, aqueles que não ardem os olhos (“livre de lágrimas”) e os, hipoalergênicos, para evitar reações, com índices de segurança comprovados”.
Fonte: Dra. Flávia Addor, especialista e mestre em dermatologia e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.