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Esportes infantis: Especialista explica os riscos que o excesso de atividades físicas pode causar

Esportes infantis

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), menos de 40 brasileiros praticam esportes ou algum tipo de atividade física. Também entre as crianças, por conta dos entretenimentos tecnológicos, como computadores, vídeo games, celulares e tablets, os exercícios físicos têm menos frequência.

Porém, conforme o Dr. Felippi Cordeiro, ortopedista pediátrico e neuromuscular, os esportes, se respeitando as habilidades e capacidades desejadas, é um meio importante de desenvolvimento infantil.

“A escolha da atividade física para as crianças depende muito da fase neurológica de cada uma. Esse desenvolvimento é um processo complexo e contínuo que abrange vários domínios, como parte física e muscular, neurológica, cognitiva e psicossocial”, explica.

Segundo o especialista, abaixo dos quatro anos de idade, geralmente as crianças podem praticar atividades lúdicas para diversão, sem qualquer expectativa de ganho de habilidades específicas.

A natação, muito recomendada nesta idade, pode ser realizada, mas apenas com a finalidade de contato com a água e interação com os pais e outras crianças, já que não existem estudos que comprovem que, quanto mais cedo se inicia, menores os riscos de afogamento no futuro.

Já na idade pré-escolar, de cinco a oito anos, as crianças conseguem se lembrar de regras simples e se adaptam facilmente a esportes e jogos que exigem habilidades de tomada de decisão. Nessa faixa etária, elas nem sempre entendem o propósito competitivo do jogo.

esporte

(Foto: Pixabay)

Após os nove anos, a maioria das crianças está madura o suficiente para compreender as complexas tarefas dos esportes e está fisicamente e cognitivamente pronta para participar e competir na maioria dos campeonatos.

“A participação esportiva é geralmente uma experiência positiva para crianças e adolescentes e deve ser incentivada. No entanto, para evitar contratempos, a participação precisa ser adequada ao estágio de desenvolvimento e aos interesses e habilidades pessoais. Não deve ser um reflexo dos sonhos dos pais, nem das expectativas da sociedade”, aconselha Dr. Felippi.

Todas as crianças podem participar de algum nível de atividade física. No entanto, se houver alguma deficiência física, cognitiva, comportamental, social ou emocional, algumas adaptações assistênciais podem ser necessárias.

Também é preciso tomar cuidado com as lesões, já que há imaturidade no neurodesenvolvimento. “Elas podem não ter as habilidades motoras e nem cognitivas para compreender as demandas e os riscos de um esporte. Outro ponto são os pais e treinadores que, às vezes, exigem das crianças irem além dos limites, resultando em lesões físicas e psicológicas. O excesso leva a alterações fisiológicas e anatômicas, como alterações na cartilagem de crescimento, tanto por eventos traumáticos agudos, quanto por traumas repetitivos”, esclarece o ortopedista.

Para evitar essas lesões do esporte, a prática deve ser adequada ao estágio de desenvolvimento da criança. “Em esportes de contato, as crianças estão sujeitas a lesões traumáticas, como quedas, fraturas, entorses, entre outras. Por isso, é importante que cada uma esteja adaptada e seja assistida por profissionais que compreendam o nível de competividade e exigência a qual ela pode ser submetida”, alerta.

“Diferentes áreas de desenvolvimento, como somático, neurológico, cognitivo e psicossocial, funcionam de forma integrada e interdependente e devem ser consideradas em conjunto à medida que se olha para o desempenho geral da criança e do adolescente no esporte”, finaliza Dr. Felippi Cordeiro.

 

Fonte: Dr. Felippi Cordeiro, ortopedista pediátrico e neuromuscular.

 

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Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.

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