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Quem tem filhos com certeza já ouviu falar sobre o assunto. Geralmente, 90% dos meninos apresentam fimose nos primeiros meses de vida – isso significa que eles têm dificuldade, ou mesmo impossibilidade, de expor a glande (“cabeça” do pênis) porque o prepúcio (pele que recobre a glande) tem um anel muito estreito.
Segundo o pediatra Juarez Furtado, quase 90% dos meninos já conseguem expor a glande aos três anos de idade, e é aconselhável esperar para ver se o problema regride naturalmente apenas com tratamentos e alguns cuidados.
A fimose pode apresentar diferentes graus de complicação. Veja quais são eles:
– Grau 1: o estreitamento é tão severo que não permite a visualização do orifício da uretra. Durante as micções, forma-se uma bexiga de urina na extremidade do pênis.
– Grau 2: só é possível ver parte da glande, mas não dá para exteriorizá-la.
– Grau 3: é possível expor a glande, porém, forma-se um anel que “aperta” o pênis.
Atenção redobrada na higiene
A fimose pode ser causada por diversos fatores. Existe a congênita, quando a criança nasce com o anel muito estreito, mas, de acordo com Juarez, o motivo mais comum são as assaduras (dermatites amoniacais de fraldas), que evoluem para as postites (infecções no local), e cicatrizes (fibrose). “Como cicatrizes sempre retraem a pele, isto torna o anel prepucial mais estreito”, explica o pediatra.
A cirurgiã pediátrica Fabíola Leonelli Diz salienta que a fimose adquirida pode ser evitada com boa higiene e suspensão das “massagens”, para não traumatizar o local e prevenir fibrose cicatricial da glande.
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Tratamentos e cuidados
De acordo com a cirurgiã pediátrica, é preciso levar em consideração alguns fatores como idade, grau da fimose, histórico da criança e experiência do especialista. “Atualmente, existem tratamentos conservadores, utilizando corticoesteroides na forma de pomadas ou cremes para descolamento do prepúcio, permitindo alargamento do anel da fimose, mas com resultados pouco satisfatórios na fimose de grau 1. Quando o tratamento conservador falha, é indicada a cirurgia denominada postectomia”, explica.
Segundo Juarez, muitos homens passam a vida toda com fimose, sem apresentarem problemas. Mas, em casos mais graves, há risco de provocar processos infecciosos da glande, levando a estreitamento do canal urinário e dificuldade para urinar, podendo chegar até a insuficiência renal, além de dificultar a higiene, o que contribui para o aparecimento do câncer peniano após os 60 anos, de acordo com o especialista.
Quando optar pela cirurgia?
A cirurgia é indicada em alguns casos, e apenas um médico pode avaliar o caso. Normalmente, ela é feita após os três anos de idade, embora possa ser recomendada em crianças mais novas, dependendo da gravidade do problema. Fabíola explica que o procedimento é realizado preferencialmente sob anestesia geral e é ambulatorial, ou seja, a criança recebe alta no mesmo dia, algumas horas após a cirurgia. Para que o procedimento seja completado com sucesso, os cuidados pós-operatórios são muito importantes.
O período de recuperação pode variar de 7 a 21 dias e, nessa fase, a criança precisa se manter afastada de atividades que possam traumatizar o pênis, como andar de bicicleta, brincar com bola, andar de skate ou patins, etc.