Tudo o que uma pessoa vivencia em seus primeiros seis anos de vida, tem grande influência no que ela se tornará na vida adulta. Para que a criança tenha melhor qualidade de vida é que surgiu o programa Escolas do Bem, que tem como proposta aumentar o conhecimento das famílias sobre como agir com seus pequenos, levando aos responsáveis por eles informações relevantes sobre o universo infantil.
O programa desenvolve um trabalho de resgate do papel da família na educação dos filhos, em parceria com as instituições de ensino, tendo como base o uso de aplicativos para celulares. Esses aplicativos são personalizados, ou seja, têm a característica de cada escola participante, e são usados pelos gestores escolares para se comunicarem de forma mais rápida com os pais, inclusive com aqueles que raramente conseguem ir até uma reunião.
Outro foco do projeto são os professores, que contam com um aplicativo direcionado a eles, por onde são notificados sobre cursos e temas voltados ao ensino de crianças até os 10 anos de idade. O público em geral, interessado em educação, também pode se beneficiar das informações baixando gratuitamente os aplicativos, disponíveis para os sistemas de celular. Basta digitar Escolas do Bem (pais) e Escolas do Bem Educação (professores) no Play Store ou Apple Store.
A diferença do aplicativo disponibilizado para o público em geral é que ele não conta com informações específicas das escolas, conteúdo que cada uma delas escolhe para passar para o seu público-alvo, ou seja, o das escolas é privado.
Valores
Uma das idealizadoras do programa Escolas do Bem, Lucy De Miguel, afirma que não cabe à escola transmitir valores para as crianças, como ensinar a agradecer, ou comer. “A gente trabalha no resgate do papel familiar, separando o que é função da família e o que é função da escola”, explica.
Lucy observa que é comum as escolas ficarem ministrando palestras para os pais para orientá-los em como agir com as crianças em casa. “Mas isso não cabe à escola e o pai que realmente precisaria ouvir aquele conselho não está presente, não vai. Então a ideia é levar informações para as pessoas onde estejam e temos como fonte organizações respeitadas”, afirma Lucy.
Os temas tratados com os pais são os mais variados possíveis como importância do brincar, prevenção de acidentes, sedentarismo, obesidade, amamentação. Já para os professores, são divulgados cursos on-line e também presenciais, realizados por meio de parcerias.
O programa Escolas do Bem, complementa Lucy, é um projeto de rede que visa — de forma mais ampla — transformar a sociedade. Ela lembra que um dos eventos do programa foi feito em parceria com a Prefeitura de Sorocaba. “Foi uma feira de troca de brinquedos da qual participaram mais de 300 famílias e conseguimos levar para as crianças uma consciência sobre o consumo. Elas viram que não precisa gastar para ter mais um brinquedo.”
Ainda conforme Lucy, durante o evento as crianças tiveram a oportunidade de desenvolver mais a comunicação e a capacidade de negociar entre si, além de desapegarem do brinquedo. “Nossa ideia é essa, agir em rede. Juntar todas as escolas e fazer algo para mudar a cidade.”
Início do programa
Criado em 2015, o programa Escolas do Bem atua em 11 cidades do Estado e agora está expandindo sua atuação para fora de São Paulo. O começo desse projeto, no entanto, foi bem antes, com a revista Na Mochila, que durante oito anos abasteceu a mochila das crianças de Sorocaba, que ganhavam o material na escola e levavam para casa. O passo seguinte do grupo que trabalhava com Lucy De Miguel foi criar o Instituto Noa (www.institutonoa.org.br). A ONG, fundada em 2014 em Sorocaba, iniciou então o programa Escolas do Bem. O programa ainda disponibiliza comunicação com as famílias por meio de site e redes sociais. Mais informações podem ser obtidas pelo endereço www.escolasdobem.com.br. O telefone é (15) 3211-0999.
Até 31 de março
As escolas interessadas em participar devem preencher o formulário no site www.escolasdobem.com.br até o dia 31 de março, ou entrar em contato pelos telefones (15) 3211-0999 ou 3221-1987.
Clique aqui e veja a matéria publicada no Jornal Cruzeiro do Sul.