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Primeiro trimestre da gestação precisa de cuidado especial contra o zika vírus

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Com temperaturas altas, batendo recorde nos últimos dias, e tempo úmido na maior parte do País, as gestantes devem redobrar a atenção ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor do zika vírus. Tudo porque a fase mais vulnerável para contaminação de bebês é o primeiro trimestre de gravidez. Segundo a ginecologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Maria Luiza Mendes, quanto menor for o bebê em formação no ventre materno, maior será o risco de infecção pelo vírus.

“O primeiro trimestre da gravidez é o período mais delicado, pois o bebê fica totalmente vulnerável. É nesta fase que o Aedes Aegypti pode acarretar maior perigo, pois se alimenta do sangue obtido através da picada na pele da gestante, que por sua vez transmite o vírus por meio da placenta, atingindo o sistema neurológico do feto”, alerta.

Para complicar o quadro, os exames de rotina realizados pelas gestantes dificilmente detectam casos de microcefalia no início da doença. Somente a partir da vigésima semana de gravidez, o ultrassom pode possibilitar a identificação de alguma irregularidade. Com a autorização de um profissional, outro meio de diagnosticar o problema é a realização de uma tomografia computadorizada, que detecta casos de anormalidades estruturais do cérebro.

A médica alerta ainda que é possível evitar a aproximação do mosquito com medidas simples, principalmente em uma época como o verão e em cidades litorâneas – um dos maiores focos de proliferação do inseto. “O uso de repelentes é fundamental nesta e em qualquer época do ano. Recomenda-se respeitar um intervalo médio de 4 horas. É importante que as pessoas se informem e se conscientizem sobre a forma correta de aplicação na pele para não comprometer a eficácia do produto”, orienta.

Existem também outras formas de evitar o contato com o mosquito, como a utilização de blusas e calças compridas, que expõem menos a pele. Outra dica é tentar manter-se em áreas mais frescas ou com ar condicionado, pois, em muitos casos, o inseto não sobrevive em temperaturas mais baixas.

A microcefalia é caracterizada por uma malformação em que a criança nasce com o cérebro e o crânio menores do que o normal – dimensões iguais ou menores que 32 centímetros. Com o sistema nervoso central afetado, a doença pode causar atraso mental, alterações físicas como problemas de fala e dificuldades motoras, além de danos de memória e de raciocínio.

Embora a principal característica da microcefalia se mantenha no decorrer da vida, a partir dos primeiros anos de desenvolvimento da criança, as sequelas podem ser amenizadas com a ajuda de profissionais, como fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. Este tipo de trabalho é essencial para estimular as habilidades no decorrer do crescimento, já que não existe tratamento medicamentoso para a doença.

Fonte: Maria Luiza Mendes, ginecologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos.

 

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Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.

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