O contato é parte central da vida social humana e o tato é o sentido mais primário que temos. Segundo Ashley Montagu, antropólogo e humanista britânico, “o homem é capaz de sobreviver com deficiência auditiva, de olfato e de visão, mas não sobreviveria com a perda tátil”. A afirmação nos dá a dimensão da importância do abraço e da ligação para o desenvolvimento infantil.
Na infância, abraços e aconchego contribuem para o desenvolvimento da cognição, do cérebro, das emoções e das relações sociais. São, também, essenciais para estabelecer a capacidade de regulação emocional ao longo da vida.
Uma pesquisa desenvolvida recentemente identificou mais de 600 artigos científicos que comprovam a importância do abraço e do afeto para as crianças. Quando a mãe dá colo e abraça o bebê, estimula seu cérebro a construir conexões neuronais que são a base da inteligência, das habilidades sociais e da essência do ser humano.
O abraço ajuda o bebê a regular o estresse e a diminuir a ansiedade. O contato com a mãe impacta na redução dos níveis do cortisol, hormônio que tem sua produção aumentada em situações de estresse ou medo.
Além disso, o gesto aumenta a produção da serotonina e da dopamina, neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer e pelo controle do humor. Assim, bebês abraçados sentem mais felicidade e bem-estar.
Muitos pais ainda têm dúvidas sobre a questão de abraçar e acariciar os filhos, pois antigamente existia a ideia de que muito colo iria acostumar mal a criança. Hoje, sabemos que bebês que são deixados sozinhos, desamparados e chorando desenvolvem um gatilho para o estresse que irá repercutir para o resto da vida. E eles se tornarão adultos com dificuldades em modular seu humor em frequência e intensidade. Por outro lado, agora não faltam informações sobre os benefícios de uma criação afetiva.
Fonte: Ashley Montagu, antropólogo e humanista britânico.
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Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.