Nada pode ser capaz de deixar os pais tão felizes como as primeiras palavras de um filho, os balbucios que dão a entender “papai”, “mamãe”, e começam a torná-lo de vez um indivíduo social e comunicativo… Mas, e se esses sons demorarem um pouco a sair? Não se preocupe. As crianças têm ritmos muito diferentes e as formas de expressão vão evoluindo de sons indecifráveis até a pronúncia de palavras, inicialmente só por repetição, até adquirir, de fato, as habilidades da linguagem. Descubra qual o tempo médio para começar a falar, quando o silencio deve levantar um alerta e aprenda também dicas para ajudar seu filho a começar a tagarelar o quanto antes. Só não vale reclamar depois!
A fonoaudióloga Daniela Molini, professora do Departamento de Fonoaudiologia da Universidade de São Paulo (USP) explica que o balbucio já é um meio comunicativo, ainda não vocal, mas que evidencia o desejo de se expressar. Já as primeiras palavras, segundo ela, são esperadas entre sete meses e um ano, quando o normal é falar aproximadamente 10 palavras, mas é só uma estimativa. “Cada criança é única e tem seu próprio ritmo de desenvolvimento. As escalas de desenvolvimento de linguagem representam uma média do que se é esperado para a maioria das crianças da mesma faixa etária”, diz.
Ajuda:
– Contar histórias, interpretar, criar coreografias com a criança, vale cantar, se expressar o máximo possível.
– Leve, sempre que possível, a criança para passear, explore ao máximo o mundo ao seu redor, carregando-a numa posição em que ela possa olhar de frente, vá indicando os locais.
– Entre no mundo do seu filho e seja novamente uma criança, lembre-se como você adorava brincar de carrinho ou boneca. “Faça de conta…”.
– Converse com seu filho, faça-o participante da vida.
-Aproveite a hora do banho, das trocas de fraldas, das refeições para conversar bastante, dar colo e aconchego.
– Tente sempre repetir corretamente a palavra que ele pronunciou errado
Atrapalha:
– Falar com voz infantilizada e de forma errada. Jamais fale “Nenê , qué tolinho?”, em vez de “Você quer colo?”.
– Repetir uma palavra do jeito que seu filho falou. Nada de perguntar se ele quer “aga”, para água.
– Solucionar/oferecer o que ele pede logo que aponta ou balbucia. Deixe-o tentar falar, encontrar maneiras de ser compreendido.
– Não conversar com o seu filho ou deixá-lo aos cuidados de alguém muito quieta.
Fontes: Daniela Regina Molini é fonoaudióloga, professora do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP); Márcia Dipsie é fonoaudióloga, especialista em motricidade orofacial.
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Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.