A recomendação da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde é a oferta de aleitamento materno exclusivo durante os seis primeiros meses de vida da criança. Após esse período, é o início da alimentação complementar, implementando nutrientes necessários para o bom desenvolvimento infantil, como ferro, zinco e vitaminas.
A seguir, veja as dicas do pediatra Dr. Rubens Feferbaum sobre como deve ser a introdução alimentar de acordo com a faixa etária da criança:
De seis a nove meses
Com o amadurecimento do intestino e do organismo, aos poucos é possível introduzir as comidas, sempre respeitando o tempo de aceitação de cada bebê. Geralmente, papa de legumes e grutas amassadas em forma natural são as primeiras novidades.
Aos poucos, o paladar se acostuma aos novos sabores. Entretanto, é importante apresentar um alimento por vez e aguardar alguns dias para dar algo novo ou até para misturar. Dessa forma, é possível verificar a aceitação do organismo, reações alérgicas, dores de barriga ou diarreia.
Os legumes, as verduras e as carnes são acrescentadas a partir do 6º mês somente no almoço, já no “jantar” somente a partir do 7º mês. A consistência dos alimentos deve evoluir, para incentivar os movimentos de mastigação aos alimentos mais sólidos e não apenas líquidos e pastas. É importante explorar a variedade para uma boa aceitação dos próximos alimentos.
O leite ainda é essencial para o bebê, dê preferência o materno. Vale ressaltar que só pode introduzir o leite de vaca após 1 ano de idade, desde que haja dificuldades na manutenção de uma formula infantil adequada para a idade.
De nove meses a um ano
Os alimentos sólidos devem compor uma parcela significativa da dieta nessa idade. Já começam a surgir mais dentes, facilitando a mastigação dos pedaços de comida.
É comum desenvolver o hábito de chupar alguns alimentos. Os pais podem ofertar aos filhos pedaço de carne, frutas, entre outros sólidos. Além de massagear a gengiva, ajuda a desenvolver independência. Evite alimentos redondos e pequenos, como uvas, nessa fase.
Próximas de completar um ano, as crianças já não se alimentam uniformemente: alguns dias comem muito, outros praticamente nada. Os pais não devem ficar ansiosos e insistirem. É e natural e não deve ser motivo de ansiedade dos pais.
De 1 ano a 1 ano e meio
A característica típica dessa idade é a recusa dos alimentos. A inconstância na hora de comer é resultado da diminuição no ritmo de crescimento após o primeiro ano – o corpo muda e segue as tendências genéticas, além dos efeitos das atividades físicas.
O mundo é explorado mais intensamente e não sobra muito tempo para se interessar por comida. Por isso é importante a oferta de pequenos lanches nutritivos durante o dia. A comida especial dá lugar ao cardápio normal da família, que deve se ajustar de forma mais saudável, evitando-se o uso de temperos fortes e excesso de sal, açúcar e gordura em algum prato.
O consumo de alimentos gordurosos e muito doces deve ser controlado desde cedo para não viciar a criança. Como o paladar ainda está em formação, o ideal é introduzir sabores suaves e naturais. A oferta diária de leite em média 500 ml.
De 1 ano e meio a 2 anos
Os talheres são mais bem manuseados, canudos são utilizados, além do maior número de dentes. Entretanto, surge a inquietação na hora das refeições e demonstrações de independência.
É preciso ficar atento para que a criança não enjoe da comida e afunile suas experiências de paladar. Para isso, invista na oferta de alimentos variados e na realização das refeições em família à mesa. A criatividade também é muito importante para despertar o interesse da criança deve desde que é muito importante a apresentação e a cor dos alimentos, além do que comidinha tem que ter variação e ser gostosa.
Fonte: Dr. Rubens Feferbaum, pediatra.
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Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.