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Saiba como evitar queimaduras infantis

queimaduras

O lar deve ser o ambiente onde a criança se sente mais segura, rodeada pelos pais e familiares, ao alcance de carinho e brincadeiras. Porém, o espaço doméstico também esconde muitas armadilhas e perigos que colaboram para diversos acidentes graves, caso das queimaduras.

Engana-se quem acredita que somente o fogo é o grande vilão. Atividades do dia a dia e pequenos descuidos podem refletir em queimaduras de bebês e crianças, inclusive sob a vigilância dos pais. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 300 crianças morrem vítimas de queimaduras no Brasil e outras 20 mil são internadas todos os anos, alcançando o quarto lugar no ranking de mortes de crianças por acidente.

Alerta constante

O motivo de queimadura nos pequenos varia com a faixa etária. Em menores de um ano, o mais comum é o contato com líquidos e superfícies quentes. Nos anos seguintes, soma-se a esses itens fatores externos como atrito com o solo, sol em excesso, energia elétrica e fogo.

Apesar das queimaduras acometerem ambos os sexos, os meninos são os mais acidentados. “As queimaduras na infância estão relacionadas aos períodos de desenvolvimento da criança, ao ambiente em que vive, nível socioeconômico, cultural e à educação da família”, afirma o cirurgião plástico Leonardo Rodrigues da Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ).

Quanto menor a criança, mais vulnerável à queimaduras ela é, já que, além de ser mais dependente e ter habilidade reduzida para escapar do perigo, também apresenta pele mais fina. Assim, temperaturas não muito elevadas são capazes de atingir profundamente a pele e uma área maior do corpo.

“Os tipos mais comuns de queimaduras na infância são exposição à fumaça e ao fogo e também à corrente elétrica, que pode acontecer quando a criança estiver empinando pipa, por exemplo”, destaca Gabriela Guida de Freitas, coordenadora nacional da ONG Criança Segura.

Independentemente do tipo de acidente envolvendo queimadura, elas são graves, podendo levar ao óbito se não houver o socorro imediato. Por menor que seja a ferida na pele, requer tratamento, e é demorado e dolorido. Toda queimadura merece atenção médica em virtude do risco de sequelas funcionais, estéticas e psicológicas.

Prevenção

A maior parte dos acidentes com queimadura costuma acontecer por distração ou imprudência, portanto, atenção redobrada e prevenção podem evitar 90% dos casos. “As crianças estão suscetíveis aos acidentes o ano todo, principalmente porque muitos deles podem acontecer dentro da própria casa. Mas existem situações agravantes próprias de algumas épocas que os pais devem se atentar”, destaca Gabriela. São elas:

– Banho quente no inverno: nesta estação, é comum deixar a água mais quente. Por isso, verifique a temperatura com a parte de dentro do braço ou dorso da mão, pois são áreas do corpo do adulto similares a pele sensível da criança.

– Líquidos quentes: no inverno, consome-se mais líquidos quentes como sopa, chá, leite e café. Atenção para não ter que pegar os pequenos no colo enquanto estiver tomando esses alimentos, pois qualquer movimento inesperado pode derramar o líquido na criança.

– Parquinho no verão: em dias de calor extremo atente-se para a temperatura de brinquedos de alumínio, como escorregadores. Eles podem queimar a pele das crianças.

– Sol quente: evite os horários de sol forte e sempre use filtro solar, roupas com proteção e hidratação constante para evitar queimaduras solares.

– Festas juninas e julinas: atenção especial com fogueiras e fogos de artifício nessa época.

O que não fazer

Em hipótese alguma tente tirar a roupa da criança, pois há o risco de a pele queimada descolar junto com a roupa. Além disso, jamais utilize outra substâncias além de água no local da queimadura; somente o médico poderá indicar alguma pomada para a ferida. Também não fure ou estoure as bolhas. Apenas profissionais habilitados devem fazê-lo em ambiente hospitalar.

Outros cuidados que você deve ter com as crianças dentro de casa:   

– A cozinha é o local mais perigoso para as crianças, portanto, evite que elas entrem, passem ou brinquem ali.

– Ao cozinhar, deixe os cabos das panelas voltados para o centro do fogão, evitando a queda dos utensílios.

– Mantenha produtos químicos ou inflamáveis armazenados em locais de difícil acesso para as crianças. Eles são coloridos e despertam sua curiosidade.

– Proteja as tomadas, fios elétricos e conectores.

– Somente solte pipa em locais sem rede elétrica.

– Compre produtos certificados pelos órgãos de fiscalização como Inmetro ou Anvisa.

– Não utilize toalhas nas mesas, pois crianças pequenas podem puxá-las, derrubando comida quente nelas próprias.

– Desligue ferro de passar, secadores, chapinhas de cabelo, aquecedores e outros aparelhos após o uso, e guarde-os longe do alcance da criança.

– Não utilize álcool para limpeza doméstica ou para fazer fogo.

– Mantenha as crianças longe de churrasqueiras.

– As crianças aprendem com o exemplo dos pais, portanto, a educação é ferramenta fundamental para a prevenção das queimaduras infantis.

– Além da atenção intensa aos pequenos, é importante conscientizá-los do perigo. “A criança está em constante movimento, aprendendo, brincando e assim descobrindo o mundo e seus próprios limites. A negligência, a imperícia e a imprudência em geral estão associadas às queimaduras”, salienta o cirurgião plástico.

Fontes: Gabriela Guida de Freitas, coordenadora nacional da ONG Criança Segura
Leonardo Rodrigues da Cunha, cirurgião plástico

 

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Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.