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Como saber quando as crianças mentem?

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Foto: Dreamstime.

Qual criança nunca contou uma mentirinha de vez em quando? Seja para fingir que é uma princesa de um conto de fadas ou um super-herói corajoso, seja para esconder pequenas travessuras, esse recurso costuma aparecer no cotidiano das famílias com frequência. O problema é quando se torna um hábito.

Mentir sempre e para tudo é doença e tem nome: mitomania ou pseudolalia. Trata-se de um desvio de comportamento patológico, ou seja, a pessoa não tem controle sobre isso. Pode ocorrer desde a infância e nada tem a ver com as mentiras pregadas para fugir da bronca ou para fantasiar uma ação.

O mitônomo desenvolve uma espécie de compulsão pela mentira e precisa dela para se sentir uma pessoa interessante e aceita. A patologia precisa ser diagnosticada e tratada com a ajuda de profissionais.

Agora, quando as mentiras são um escudo para uma punição, é outra história. “O comportamento de mentir é chamado de comportamento de contracontrole, porque tem a função de fugir de uma situação de punição sobre a qual não se tem possibilidade de enfrentamento. Ou seja, em vez de dizer uma verdade que será punida, eu digo uma mentira que não será punida”, explica a psicóloga comportamental Adriana Serrano.

Nesse ponto, o questionamento deve voltar-se aos pais. Se seu filho anda mentindo muitas vezes para se safar das broncas, será que você não anda exagerando nas punições? “Se punimos a verdade, gerando a mentira, e depois punimos a mentira, o que estamos ensinando aos nossos filhos sobre seus comportamentos e sobre sua comunicação conosco? Vivemos numa sociedade extremamente punitiva, que faz com que nos comportemos para evitar punições, raramente para sermos compreendidos e amados pelo que somos”, salienta a psicóloga.

Seja modelo

Quando você pede ao seu filho que minta em seu nome (por exemplo, quando manda ele dizer ao telefone que você não está), automaticamente está dando ao pequeno um exemplo de que faltar com a verdade é permitido. “É incoerente que digamos a elas que mentir é proibido, pois todos nós, em algum momento, mentimos. Por isso, além de não punirmos a verdade, é importante discutir com a criança os efeitos que a mentira produz”, explica Adriana.

Como tornar a mentira desnecessária

 

1º passo: entender

– pergunte o que houve;

– pergunte por que seu filho agiu daquela maneira;

– controle sua frustração: lembre-se que a criança está aprendendo como resolver problemas e você é responsável por esse ensinamento.

2º passo: resolver

– discuta com seu filho as consequências geradas pelo comportamento dele (por exemplo: machucou o amigo, quebrou o brinquedo, etc.);

– aponte que é preciso cuidar dessas consequências e que, por estar errado, ele deverá resolver o que provocou e como.

3º passo: planejar a próxima vez

– discuta com seu filho como ele poderia ter resolvido o problema de modo a não causar as consequências que provocou;

– dê modelos, exemplos de situações parecidas que já aconteceram com você;

– peça que a criança faça um resumo da conversa e explique o que fez de errado, que consequências provocou e como poderia ter feito para obter melhores resultados.

Fonte: Adriana Serrano, psicóloga comportamental.
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