A hipertensão arterial, mais conhecida como pressão alta, é uma doença assintomática e silenciosa, que traz muitos danos à saúde e acomete todos os tipos de pessoas, de idosos a crianças, sem uma causa central definida. Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), estima-se que 25% da população brasileira adulta são hipertensas, chegando a mais de 50% em pessoas acima dos 60 anos, mas também presente em 5% das crianças e adolescentes. A doença é responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal, por exemplo.
Mais conhecida entre as pessoas adultas, a doença vem crescendo entre crianças e adolescentes, e raramente são identificadas pelos pais. Os sintomas costumam ser imperceptíveis e quando aparecerem as complicações já estão instaladas, nesses casos, os mais comuns são dor de cabeça, tonturas, falta de ar, zumbido no ouvido, visão embaçada, sangramento nasal e cansaço. “Por ser uma doença silenciosa, é muito importante avaliações periódicas da pressão nas consultas médicas de rotina das crianças e adolescentes, pois é uma das únicas maneiras de enxergar uma possível alteração”, alerta o Dr. Guilherme D’andrea Saba Arruda, cardiologista.
Antes de qualquer avaliação final e determinação de qual tratamento seguir, é necessário checar primeiramente qual hipertensão (primária ou secundária) a criança ou o adolescente está. Em muitos dos casos, a pressão alta é secundária, manifestando-se como um sintoma de uma doença base, como por exemplo, insuficiência renal, doenças metabólicas e tireoides. Nesses casos, ao combater a causa, a hipertensão secundária é curada.
Já a hipertensão primária infantil, é mais difícil de determinar uma causa específica, mas assim como em adultos, histórico familiar, consumo de bebida alcoólica (adolescência), hábitos alimentares ruins e sedentarismo são as principais causas.
Segundo dr. Guilherme não é muito difícil entender pois essa doença tem crescido entre crianças e adolescentes. É necessário observar seus hábitos alimentares e estilo de vida. Consumo excessivo de alimentos com muito sal e pouco saudáveis (salgadinhos, bolachas, ketchup, macarrão instantâneo, salsicha, batatas chips) e sedentarismo, já que atualmente todas as brincadeiras estão restritas em jogos eletrônicos, videogame e smartphones, atualmente fazem parte do dia a dia das crianças e jovens e são considerados fatores de risco para essas doenças.
Tratamento
O tratamento é determinado pelo médico e dependerá de sua orientação, mas pode-se dizer que a principal mudança deve ser no estilo de vida desses jovens. O incentivo familiar é essencial. Adquirir hábitos alimentares saudáveis, praticar esporte, como uma caminhada de 30 minutos (3 a 4 vezes por semana), controle do peso, evitar o tabagismo e diminuir o consumo de bebidas alcoólicas são fatores importantíssimos para um tratamento eficaz, orienta o cardiologista.
Você sabia?
– Tabagismo é responsável pelo grande quadro de pessoas hipertensas no país. E o fumante passivo, no caso das crianças, favorece o surgimento da doença;
– Somente a atividade física pode reduzir os quadros hipertensos em até 20%;
– Estresse e pressão psicológica podem aumentar a pressão arterial;
– Uso da pílula anticoncepcional na adolescência pode causar hipertensão;
– Pais sedentários geralmente tornam seus filhos sedentários, pois não há exemplo de estímulo.
Fonte: Dr. Guilherme D’andrea Saba Arruda, cardiologista.
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Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.