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Um estudo divulgado pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) mostrou que, em 30 anos, o Brasil aumentou em cerca de 20 vezes o número de bebês de até seis meses que são amamentados exclusivamente, como recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS). Foram analisados dados sobre aleitamento materno em 153 países e os pesquisadores verificaram que o Brasil cumpre as ações recomendadas para política de incentivo à amamentação. Contudo, 61% das crianças ainda não são alimentadas apenas com o leite materno. Ainda assim, as conquistas levaram ao reconhecimento do Brasil como referência mundial em aleitamento materno.
Além disso, o levantamento mostra que o país se destaca pelo maior número de doadoras de leite humano do mundo. Dos 292 bancos de leite existentes, 72,9% estão no Brasil, que conta com 161 postos de coleta. Em 2014, foram doados 184 mil litros de leite, o que contribui para a referência.
Outra pesquisa feita com 13.160 mulheres de nove países revelou que as brasileiras se destacam por considerar adequada a amamentação em público e por apoiar a prática com bebês de até dois anos. Segundo o estudo, 55% das brasileiras acham natural amamentar em público, índice que supera o de alguns países desenvolvidos, como França (35%) e Alemanha (44%). No Reino Unido, contudo, o número é maior: 63%.
Você sabia?
– A OMS orienta o aleitamento materno exclusivo até o bebê completar seis meses de vida. Depois desse período, a recomendação é que a criança receba alimentação saudável complementada com leite materno.
– “O sistema imunológico da criança até os seis meses ainda não está desenvolvido, portanto toda a imunidade adquirida vem da própria mãe através da amamentação”, informa o clínico geral Marco Aurélio Shame.
– Na cidade de São Paulo, uma lei municipal prevê multa de R$ 500 a quem impedir a amamentação em público. A regra se aplica a estabelecimentos destinados a atividades comerciais, culturais, recreativas ou à prestação de serviço público ou privado. No caso de reincidência, o valor da multa dobra. As denúncias devem ser feitas de forma escrita ou oral à subprefeitura da região e não podem ser anônimas.
– Para doar leite materno, basta que a mãe apresente excesso de leite, seja saudável e não use medicamentos que impeçam a doação. Basta entrar em contato com o banco de leite mais próximo. A lista da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano pode ser encontrada no site da Fiocruz: www.redeblh.fiocruz.br.