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Caxumba está de volta: imunização é a melhor prevenção

caxumba
Inchaço no pescoço, febre baixa e dor na região afetada. Esses são os principais sintomas que indicam a presença da caxumba, uma doença infecciosa que tem assustado muita gente do ano passado pra cá, devido aos surtos registrados em diversos estados brasileiros.

O problema é que a doença vem sido confundida até mesmo com dor de garganta.

Até o meio de junho, foram contabilizados 842 casos no Estado de São Paulo. Entre 2009 e 2015, o número variou, no ano inteiro, entre 118 (2014) e 671 (em 2015). E os números podem ser ainda maiores.

De acordo com a diretriz do Ministério da Saúde, a caxumba não é doença de notificação compulsória para casos individuais. Somente surtos (quando há mais de dois casos relacionados no mesmo local) são notificados.

Os infectologistas explicam que esses números alarmantes de casos podem estar ocorrendo por diversos fatos, entre eles, a imunização incompleta de parte da população – ou seja, pessoas que não tomaram todas as doses da vacina e acabaram ficando com o organismo mais suscetível à doença.

“Na era pós-vacina, a maioria dos casos de caxumba ocorre em adolescentes, adultos jovens e estudantes universitários”, destaca a médica Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunização (Sbim).

Meu filho pode pegar?

Mesmo que tenha sido imunizado, a resposta é sim. Isso porque nenhuma vacina protege 100% as pessoas contra as doenças. No entanto, a chance de contrair a doença é bem menor em pessoas vacinadas.

O objetivo da vacinação de rotina é reduzir as taxas de incidência da caxumba e a eliminação do sarampo e rubéola. A vacina tríplice viral foi incorporada ao calendário básico de vacinação aos 12 meses de idade em 1996, sendo que uma segunda dose era aplicada em campanhas de seguimento.

A segunda dose da vacina passou a integrar o calendário básico aos 4 a 6 anos de idade em 2006. Desde 2013, o Ministério da Saúde recomenda uma dose da vacina tríplice viral aos 12 meses e uma dose da vacina quádrupla viral aos 15 meses de idade.

É uma inflamação na garganta?

Na verdade, a caxumba atinge as parótidas, que são as glândulas que produzem saliva. Elas estão localizadas próximo às orelhas, logo acima da mandíbula.

“Quando infectadas, algumas pessoas sequer desenvolvem sintomas. Na maioria das vezes, entretanto, podem apresentar febre, mal-estar, cansaço, dor no corpo, dor de cabeça e diminuição do apetite. Em geral após dois dias do início dos sintomas é que começa a ocorrer o característico inchaço das glândulas parótidas”, explica Guilherme Bruno de Lima Júnior, médico de família e comunidade, membro da SBMFC.

Como tratar?

“Calor local sobre a área inchada por 10 a 15 minutos várias vezes ao dia ajuda a diminuir a dor, que também pode ser aliviada com analgésicos comuns, além da febre. Deve-se evitar a aspirina em menores de 18 anos. A pessoa deve permanecer em repouso durante o tratamento. Raramente, nos casos mais graves, a pessoa deve ser hospitalizada. Quando estiver doente, se possível, a pessoa deve entrar primeiro em contato por telefone com o serviço de saúde, ou ser visitada em domicílio, para evitar contato com outras pessoas e espalhar a infecção”, explica Guilherme Bruno de Lima Júnior.

A doença melhora espontaneamente em cerca de duas semanas. Raramente, pode provocar outras complicações mais sérias como inflamação dos testículos nos homens, ou dos ovários nas mulheres, podendo acarretar até infertilidade.

Conheça a doença

A caxumba é uma doença infecciosa causada por um vírus RNA da família Paramyxoviridae. O período de incubação varia de 12 a 25 dias após a exposição, com média de 16 a 18 dias.

A transmissão acontece por meio de gotículas da respiração, contato direto ou com as roupas da pessoa contaminada. Depois de ficar exposta a um doente e ser infectada, os sintomas se iniciam após um período de 14 a 18 dias.

Principais sintomas: dor de cabeça,  inchaço e dor nas glândulas salivares, dor ao mastigar ou engolir,  febre, fadiga ou fraqueza e perda de apetite.

Por Rose Araújo
Fotos: Canstockphoto

Nossas fontes:
Isabella Ballalai, médica e presidente da Sociedade Brasileira de Imunização (Sbim)
Guilherme Bruno de Lima Júnior, médico de família e comunidade, membro da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC)

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