No Brasil existem mais de 33 mil casos de cegueira infantil e 83 mil com baixa visão, e 40% dos casos poderiam ser evitados ou tratados precocemente. “As alterações visuais na infância irão impactar em todos os aspectos do desenvolvimento, assim como na idade adulta, em aspectos sociais e oportunidades ao longo da vida.”, alerta Ana Luiza Costa, oftalmologista infantil.
De acordo com a oftalmologista, muitas causas de cegueira devem-se a alguma doença. Nas crianças as principais causadoras da cegueira irreversível são: Catarata Congênita; Glaucoma Congênito; Retinopatia da Prematuridade e Retinoblastoma. Dentre as causas reversíveis, a mais importante é o erro refrativo (grau) não corrigido.
“Acredito que outro fator importante no combate à cegueira infantil são as campanhas de conscientização. Debates sobre o tema podem ajudar a população com informação. Os exames também devem ser sempre ressaltados”, explica.
O primeiro teste para triagem de doenças oftalmológicas na criança é o “teste do olhinho”. Ele é obrigatório no Brasil e, é feito com um aparelho chamado oftalmoscópio. O instrumento possui uma luz que atravessa córnea, pupila, cristalino e corpo vítreo do olho e reflete-se na retina sem causar qualquer dano aos olhos do bebê.
Em bebês com até dois anos de idade, é preciso observar sintomas como fotofobia, lacrimejamento constante, vermelhidão e olhos com cores acinzentadas e opacas. Crianças com essas características também costumam demonstrar pouco interesse pelo ambiente e pelas pessoas que nele estão. Este pode ser um indício de que a criança tenha glaucoma.
A realização de exames regulares é importante para a detecção precoce de estrabismo, evitando assim a ambliopia, que é o “olho preguiçoso” causado principalmente pelo estrabismo e pela diferença de grau entre os olhos.
“A ambliopia, se não corrigida até os sete anos, compromete a visão da criança de forma irreversível. A criança pode ou não apresentar sintomas, dependendo do quadro clínico, e por isso os exames de rotina são tão importantes.”, conclui.
Fonte: Ana Luiza Costa, oftalmologista infantil.
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