Antigamente, não havia dúvida: o bebê nascia e imediatamente ganhava uma chupeta de presente. Mas, com o passar dos anos e a divulgação de muitos trabalhos científicos condenando o uso desse objeto, os pais ficaram numa encruzilhada. Posso dar a chupeta ao bebê? Ou ela é prejudicial ao desenvolvimento do pequeno?
De acordo com a fonoaudióloga Francine Masuela Garcia, tudo é questão de bom-senso. “É necessário que haja disciplina em relação ao uso da chupeta. Dependendo da idade da criança e se isso tornar-se um hábito, ela pode sim fazer mal”, afirma.
A chupeta passa a ser vista como vilã quando o seu uso extrapola as necessidades de sucção. Deixar o pequeno usá-la durante muitas horas ao dia e ultrapassar a idade limite para a sua utilização (2 anos) pode comprometer funções dentárias e de fala. “A partir do momento em que a chupeta deixa de ter a sua função e torna-se um hábito, ela pode sim se tornar prejudicial para a criança. Após a faixa etária indicada pode atrapalhar o alinhamento dos dentes, causar flacidez na musculatura facial interferindo na mastigação e deglutição dos alimentos, impedir a correta movimentação da língua durante a fala (pois, frequentemente as crianças têm o hábito de falar com a chupeta na boca) e favorecer a presença da respiração oral”, explica a fonoaudióloga.
Além disso, chupetas mal-esterilizadas podem acarretar em contaminação para o bebê. “Bactérias e vermes costumam habitar os bicos de chupetas e mamadeiras, pragas que só são exterminadas depois que esses utensílios são adequadamente fervidos. Pelo fato de o sistema de defesa do bebê não estar completo assim que nasce, ele fica muito mais vulnerável a doenças e infecções. Portanto, todo cuidado é pouco!”, frisa Francine.
Limpeza e esterilização são procedimentos diferentes. A primeira serve para tirar resíduos, enquanto a segunda remove vermes e bactérias. Depois de usada, a chupeta deve ser limpa com sabão neutro e água corrente. Em seguida, precisa ser guardada em um pote tampado. Antes do uso, precisa ser esterilizada. Para isso, coloque-a em um recipiente apropriado e leve ao fogo ou microondas para ferver por 5 minutos.
– Quando a criança fica acordada por um longo tempo, é conveniente que ela não utilize a chupeta e se entretenha com outra coisa.
– Não se deve oferecer a chupeta a qualquer desconforto da criança, como forma de acalmá-la, pois esse instrumento não deve ser visto como um artefato que proporciona apoio emocional aos bebês, substituindo a atenção dos pais.
– De preferência, a chupeta deve ser usada em momentos de cansaço ou de sono.
– Uma sugestão preventiva é não deixar a chupeta exposta à criança, pois muitas vezes ela nem está com vontade, mas, só de vê-la, já sente vontade de usá-la.
– Seu uso deve ser totalmente abolido após os 2 anos de idade.
Texto de Rose Araújo.
Fonte: Francine Masuela Garcia, fonoaudióloga.