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Comparar irmãos pode ser prejudicial ao desenvolvimento infantil

irmãos

“Você precisa comer todos os legumes do prato. Sua irmã já terminou e vai ganhar a sobremesa”; “Por que você não é estudiosa igual ao seu irmão?”. É comum escutar frases desse tipo em casas com mais de um filho, onde a dificuldade é dar a mesma criação para todos, sendo que cada um tem o seu próprio comportamento.

Dependendo do caso, usar um filho como exemplo em um argumento pode até estimular o outro a melhorar seus hábitos; mas, na maioria das vezes, a atitude afeta a autoestima da criança e pode até causar problemas para lidar com as diferenças e os desafios na adolescência ou na vida adulta.

Os adultos podem entender que usar um exemplo para que os pequenos se esforcem para melhorar ajuda no desenvolvimento, mas vai depender da situação e de como o assunto foi abordado. Então, o melhor é buscar outras formas de educar.

“Nem sempre os exemplos comparativos podem ser benéficos, pois cada criança vivencia isso de um jeito. Pode ser visto como um desafio, em que ela se sente motivada a ser melhor do que o irmão, situação que também não é boa, ou até desanimá-la ao ponto de fazê-la desistir e se considerar incapaz de atender às expectativas das pessoas. Mas não há regra, pois cada pessoa é única e vivencia cada experiência à sua maneira”, diz a psicóloga Cynthia Boscovich.

Assim, para a criança, elogiar o irmão e dizer que se espera que ela seja tão boa quanto, em vez de ressaltar o potencial que ela tem para conquistar algo, geralmente destaca sua falta de habilidade para tal. E essa baixa autoestima pode ser carregada para o futuro, quando a pessoa, já adulta, pode ter dificuldades para tomar iniciativas e ser segura tanto na vida profissional quanto emocional.

Valorizando a personalidade

“Comparar os filhos não é aconselhável, pois cada criança tem uma personalidade, com características diferentes do irmão, por exemplo. É importante que sejam valorizadas as qualidades dessa criança, pois, o que para o irmão é fácil, para essa criança pode ser que não seja”, explica a psicóloga.
Portanto, em vez de estimular uma competição, mesmo sem querer, entre os irmãos, o recomendado é mostrar às crianças quais são os pontos fortes de cada. Se um dos filhos é bom em matemática e o outro adora esportes, por exemplo, que tal elogiar esses interesses, já que ambos são positivos?

E, já que a criação não é feita somente de elogios, nos momentos de repreender os pequenos por algo que fizeram de errado, a conversa deve destacar a situação e a atitude da criança, sem usar exemplos também. “Os limites são necessários e precisam ser colocados para as crianças. Mas o que os pais devem saber é que, caso sintam que falharam com a criança, precisam reconhecer isso para que ela se sinta segura e acolhida”, orienta Cynthia.

 

Texto de Marisa Sei.

 

Fonte: Cynthia Boscovich, psicóloga.

 

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Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.

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