As crianças da geração atual nascem inseridas em um contexto no qual a tecnologia está muito presente em seu cotidiano, por meio dos aparelhos eletrônicos, como computadores, smartphones, tablets, entre outros. Desde que nascem, esses filhos e filhas veem seus pais e pessoas próximas utilizando esses dispositivos e por observação, aprendem como manuseá-los. O uso da tecnologia pode ser benéfico para o desenvolvimento das crianças se for usado de forma controlada, principalmente na fase escolar, para pesquisas e ampliação do conhecimento.
Contudo, não são as atividades oferecidas pela tecnologia e a modernidade que estimulam o desenvolvimento cognitivo das crianças. O brincar infantil continua sendo apontado por especialistas como método eficaz de colaboração para melhorar essa capacidade. Com essas atividades de brincar, as crianças desenvolvem criatividade, concentração, foco, coordenação motora e também interação social.
“Montar peças de teatro/fantoche, brincar de acampamento em casa, entre outras atividades que envolvem fantasia e imaginação, são ótimas formas de estimular o dom criativo. As brincadeiras mais comuns de infância como desenhar, pintar, correr, saltar e jogar bola trabalham a coordenação motora. Por último, ler um livro, manusear blocos de montar, quebra-cabeças, entre outros jogos, estimula a capacidade de fixar a atenção no que se está fazendo”. Grande parte destas atividades podem ser feitas em grupos e isso também desenvolverá habilidades sociais, esclarece a psicóloga, Talita Borges Leão.
Para que essas atividades voltadas ao desenvolvimento surtam mais efeito, é importante que os pais estejam envolvidos na prática das atividades e jogos, junto com a criança. “Os pais são os primeiros a ensinar os filhos sobre conceitos morais, influenciando-os na forma de ver o mundo e a si mesmos. Sendo assim, é interessante que eles “entrem na brincadeira” e proponham ações específicas em família”, sugere Talita.
Outro ponto significativo no processo de aprendizagem e também de autoestima da criança é a atenção dada a ela nas ações e projetos que ela desenvolve. A presença dos pais nas apresentações escolares, nos encontros de pais e filhos ou o simples cuidado em olhar um desenho novo que ela fez podem fazer a diferença. No entanto, a especialista salienta que o filho nunca deve disputar a atenção com problemas de trabalho ou pessoais dos pais. “Nessas horas, é imprescindível que o pai e a mãe se desliguem do mundo e dediquem total atenção ao filho, para manifestar carinho e comprometimento na relação. Os pais serem coerentes em relação ao que falam e fazem é fundamental para este processo dos filhos”, finaliza a psicóloga.
Confira algumas atividades recomendadas pela especialista para o desenvolvimento mental e motor, que podem ser realizadas por pais e filhos: leitura, dança, teatro, “faz de conta”, desenho, pintura, colagem, massinha, pular corda, pega-pega, amarelinha, blocos de montar, quebra cabeça, atividades com bola (futebol, vôlei, tênis e etc.).
Fonte: Talita Borges Leão, psicóloga e consultora da Netfarma.
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Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.