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Eleições: quatro dicas para fazer com que seus filhos sejam bons cidadãos

eleições

No próximo domingo, dia 28 de outubro, acontece o segundo turno das eleições presidenciais por todo o País. Com isso, vem também uma onda de dúvidas e incertezas que assombram muitas famílias, ainda inseguras com o futuro do Brasil. Há quem pense que o momento certo de ensinar política para os filhos seja somente quando eles já tiverem idade para votar. No entanto, poucos sabem, mas esta comunicação de valores começa muitos antes, ainda na infância.

Segundo Heloísa Capelas, especialista em inteligência emocional, a criança aprende através da “cópia e repetição” de seus pais. Tudo que ela conhecer durante a infância será, certamente, um combustível poderoso – para o bem ou para o mal – que resulta em conhecimentos para analisar a realidade de maneira racional e, assim, formar uma opinião. “Esse conceito pode ser igual ou diferente da visão dos pais. Porém, via de regra, as crianças passam pelo período de profunda admiração e se espelham em tudo que os pais fazem para conquistar amor, aceitação e carinho”, diz.

Pensando nisso, Heloísa separou quatro formas para preparar os filhos para serem bons cidadãos:

Ao falar de política, evite xingamentos ou referências violentas

Toda e qualquer criança aprende por cópia e repetição. Portanto, tudo o que
seus pais ou responsáveis fazem vai influenciá-la negativa ou positivamente.
Em outras palavras, a infância é o momento da vida em que damos significado e
valor aos acontecimentos.

Segundo Heloísa, o que uma criança construirá sobre a política está diretamente ligada ao que os pais demonstram não apenas de maneira verbal, mas em atitudes. “Pais exaltados, que impõem suas opiniões e ignoram ou desrespeitam o posicionamento político alheio, que lidam com os conflitos de maneira  intolerante e preconceituosa,  passarão esses conceitos aos filhos, que, por consequência, absorverão essa  mentalidade como sendo a correta e lidarão com o tema desta mesma forma”, afirma.

Lembre-se: você, seus valores e comportamentos servirão de referência aos
seus filhos

Dentro do universo paralelo, a criança pode entender tudo o que os pais ensinam e, principalmente, fazem. A especialista reforça que as crianças assimilam a realidade política segundo a visão dos pais. “Por isso, o papel dos pais é tão importante. Cabe a eles servir de referência aos filhos e oferecer uma base sólida para que possam desenvolver a capacidade intelectual,  analítica e crítica durante o processo de crescimento  e amadurecimento”, explica Heloísa.

Ainda segundo ela, o amadurecimento e o crescimento biológico nem sempre caminham lado a lado. Vide, por exemplo, a grande quantidade de adultos imaturos, limitados intelectual e emocionalmente, porque não tiveram condições de desenvolver a capacidade de tolerância, do respeito e da empatia pelo o outro.

Na medida do possível, explique a situação aos seus filhos

É claro que uma criança de cinco anos não está preparada intelectualmente para compreender a realidade socioeconômica do Brasil, mas os pais podem – e devem – falar sobre o tema em casa,  principalmente  quando  isso  interferir de alguma forma no cotidiano da criança. Uma mudança de escola, a diminuição dos itens supérfluos na compra do mês, a redução dos gastos em passeios e viagens, tudo isso deve ser mostrado para a criança de uma forma positiva, pois, por mais que isso seja um reflexo da crise no País, é uma medida que a família encontrou para driblar essa fase.

De maneira geral, Heloísa indica que os pais sempre respondam a todos os questionamentos e ofereçam todas as explicações – mesmo que de uma maneira mais simples. “Para a criança, basta que a resposta seja objetiva. Por exemplo: “por que as pessoas estão indo às ruas?”; “porque querem um mundo melhor”. E daí em diante, sempre levando em consideração que  não  é  nada  saudável reproduzir  discursos  de  ódio  e  desrespeito,  seja  por  uma  figura política  ou  mesmo  pelas pessoas que não compartilham das mesmas ideias e pensamentos dos pais”.

Conte aos seus filhos que existem posicionamentos diferentes dos seus

Os pais podem e devem falar a respeito dos diversos posicionamentos políticos que existem, mas sem desmerecê-los. É importante que deixem claro que existem as diferenças e que é saudável e necessário conviver com elas. Compartilhar a própria visão política é válido, assim como criticar ao outro lado de maneira racional e lógica – sem nunca apelar para a ignorância.

Aliás, o respeito às diferenças é um ensinamento valioso que os pais devem incorporar em seus hábitos, não apenas no discurso. Como a existência de partidos políticos e outros aspectos da nossa democracia podem ser complexos para o entendimento das crianças, basta que os pais ajam de maneira correta.

Pais equilibrados deixam a família em harmonia, além de criarem crianças saudáveis, satisfeitas e prontas para serem adultos e cidadãos responsáveis.

 

Fonte: Heloísa Capelas, especialista em inteligência emocional.

 

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Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.

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