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Ensinar a criança a lidar com derrotas é fundamental para sua maturidade psicológica

 
Ensinar o filho a perder é essencial para sua formação. Uma criança que não tem a oportunidade de sofrer uma derrota não vai saber lidar com as frustrações da vida, que sempre nos propicia momentos de altos e baixos. Perdemos a hora, perdemos o ônibus, perdemos um amor, perdemos um emprego… tudo isso faz parte da nossa formação. Saber lidar com isso é o que faz a diferença. “Num primeiro momento, é comum associar a derrota ao sentimento de fracasso. Porém, a dimensão que esse fato terá na vida do indivíduo dependerá da maneira como ele administrará a situação. Perder será inevitável no jogo da vida, motivo mais que suficiente para que os pais auxiliem seus filhos, desde a infância, a administrarem os sentimentos esperados quando tal fato ocorre”, destaca a psicóloga Luciana Maria Biem Neuber, doutora em Ciências da Saúde.
Além disso, ao não sagrar-se vencedor, o indivíduo tem oportunidade de descobrir outras maneiras de se satisfazer. Se não tiver limites, o pequeno não vai saber ser tolerante com os problemas que irá enfrentar na vida. Os pais têm de ser firmes para ajudar o filho a superar a decepção.
É claro que é importante respeitar cada fase de desenvolvimento da criança. Até os 4, 5 anos, os pequenos são bastante centrados em si mesmos e é esperado um comportamento egocêntrico. No entanto, a partir dos 6 anos, eles começam a se libertar dessa visão e sentem necessidade de se socializar. Os jogos com regras têm papel fundamental nessa aprendizagem.
O importante é competir!
Querer vencer é algo positivo, incentiva e funciona como um desafio para buscar sempre melhorar o desempenho. No entanto, a criança precisa aprender a gostar de competir. “É fundamental incentivar e valorizar a competição e não somente o resultado. Também é importante informar aos filhos que competir, jogar ou ainda brincar tem várias vantagens e perder é inevitável”, salienta Luciana.
Os jogos são excelentes oportunidades de treinar essa desenvoltura. “Exemplos são as competições esportivas, como o futebol, no qual apenas um time será o vencedor e isso não significa que esse resultado será para sempre. Perder uma partida não é sinônimo de derrota, fracasso irreversível. O resultado de um campeonato também é fruto de algumas derrotas. Quando ocorre a perda é um ótimo momento para rever a jogada e aprender, melhorar e pensar sobre como alcançar uma vitória outro dia”, destaca a psicóloga.
Vale acrescentar que competir não é só perder e ganhar. Em uma disputa, muita coisa está em jogo: novas habilidades que podem ser aprendidas; o exercício da memória e do raciocínio; a criatividade… também pode ser um momento de lazer e diversão com a família e os amigos e uma ótima oportunidade de conquistar novos amigos.
Texto de Rose Araujo
Fonte: Luciana Maria Biem Neuber, doutora em Ciências da Saúde, psicóloga clínica e terapeuta de casais e famílias.
 
 
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