Olhos fechados, posição confortável, respiração profunda e silêncio. Basicamente, é assim que se medita. Apesar de parecer simples, os benefícios da meditação para crianças são enormes. Cada vez mais a ciência vem provando o que doutrinas já afirmam há milhares de anos: meditar faz bem para o corpo e a mente.
Também para os pequenos
De um tempo para cá, até as crianças vêm se beneficiando da prática, já que a meditação para crianças ajuda a melhorar o aprendizado, fortalecendo a concentração e a memória, o que reflete em melhor desempenho escolar e desenvolvimento pessoal. “Meditar significa familiarizar-se com a própria mente. É importante ter uma relação saudável com o universo interior, saber mapear os processos e estados mentais, perceber as emoções, os pensamentos, as origens dos comportamentos, das decisões e os impactos que tudo isso produz em si mesmo e no mundo”, afirma Regina Migliori, coordenadora do Programa MindEduca e consultora da UNESCO.
No entanto, não se trata de ensinar a criança a olhar para seu interior ou buscar uma paz de espírito transcendental, já que ela não possui maturidade suficiente para compreender essas ideias, mas ensiná-la a fazer um exercício que lhe fará bem. “É uma forma de mostrar para a criança que é um momento para ela, para respirar, estar com ela mesma e descansar. O êxtase que acontece para a criança depois da meditação é como se ela se sentisse relaxada e tranquila, é um bem-estar”, explica Kareemi Prem, palestrante e escritora.
Melhoria de dentro para fora
Se para os adultos os benefícios são inúmeros, para as crianças não seria diferente. Diversos estudos vêm mostrando as melhorias reais na qualidade de vida de quem pratica meditação, como o da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, que apontou redução de estresse e baixos níveis de inflamação no cérebro dos participantes do experimento.
No caso das crianças, entre as principais vantagens da prática estão a melhora na atenção, na relação pai-filho, na autoestima, na qualidade do sono e na redução e até descontinuação de medicação em casos de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDHA). “A criança pequena, principalmente até os seis anos, responde a muitos estímulos externos; e a meditação mindfulness, como trabalha com a atenção no corpo, na respiração e no momento presente, contribui muito para que a criança não se disperse, principalmente durante o aprendizado”, comenta Kareemi.
Vamos tentar?
Experimente meditar em casa com seus pequenos, de preferência, vários dias na semana. Não vale desistir logo na primeira vez!
– Procure um lugar tranquilo onde somente vocês estarão;
– Coloque uma música calma com volume baixo;
– O adulto deve conduzir a meditação. Pode ser de olhos fechados, imaginando uma imagem de apoio. “É importante ter uma temática interessante e estabelecer uma espécie de âncora para sustentar o foco, que pode ser uma paisagem da natureza, uma sensação corporal ou a própria respiração. Para as crianças, essa “âncora” pode ser um objeto externo, como uma flor”, explica Regina.
– Também é possível observar algo presente no local, como uma vela queimando ou as folhas ao vento;
– Com uma voz baixa e pausada, vá descrevendo o que a criança deve imaginar (detalhes da flor, sua cor, seu cheiro…);
– Não é preciso se prolongar muito; alguns poucos minutos já são o suficiente para essa faixa etária. “A recomendação é um minuto de meditação por ano de idade, a partir dos oito anos. Porém, é possível começar a partir dos três anos”, conta Patricia.
Fontes: Kareemi Prem, palestrante e escritora; Regina Migliori, coordenadora do Programa MindEduca e consultora da UNESCO; Wallace Liima, professor e pesquisador em saúde quântica.
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Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.