Se agosto é o mês da valorização paterna, é necessário avaliar o momento do nascimento de um pai. Quando isso acontece? Na descoberta da gravidez? No nascimento?
A Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros, a ONG Prematuridade.com, entende que a maternidade e a paternidade são diferentes, inclusive fisicamente, mas acredita que uma nova geração de pais está tentando destruir velhos hábitos e tabus, em busca de uma paternidade mais responsável e, principalmente, mais participativa e afetiva.
Este já é um processo difícil, mas quando a criança nasce antes do previsto, seus primeiros dias de vida trarão momentos de incertezas.
O pai de bebê prematuro pode e deve passar por tudo isso estreitando os laços com seu filho e com a mamãe prematura, o que é fundamental para a saúde da criança no longo prazo.
A permanência do prematuro na UTI neonatal pode levá-lo a períodos prolongados de separação de seus pais. Portanto, o esforço para estar sempre perto é essencial para que o pequeno e todos ao seu redor fiquem bem.
Estudos mostram que o Método Canguru, quando possível, estreita os laços no contato pele a pele com o pai e ajuda os prematuros a se desenvolverem melhor, terem menor índice de infecção e ficarem menos tempo internados, além de fortalecer a relação pai-bebê / mãe-bebê.
Pais presentes durante o período hospitalar também desenvolvem maior segurança para auxiliar nos cuidados diários com o prematuro após a alta hospitalar.
Denise Suguitani, diretora executiva da ONG Prematuridade.com, acredita que a figura paterna ainda fica em segundo plano no nascimento de um bebê prematuro e se subestima o valor e o poder da presença do pai na melhora da saúde do bebê e no apoio ao emocional da mãe.
“Crianças pertencentes a famílias em que o pai participa da rotina diária da casa, da educação, alimentação e higiene dos filhos, crescem com maior autonomia e autoconfiança. A participação do pai também contribui para a saúde da mãe, que passa a sentir-se menos sobrecarregada”, completa.
No Brasil, todos os pais empregados com carteira assinada têm direito à licença-paternidade de cinco dias. Essa licença pode ser estendida para 20 dias nos casos em que a empresa está inscrita no Programa Empresa Cidadã.
Quem paga a licença de cinco dias é a empresa e, no caso da extensão para 20 dias, a empresa pode deduzir o valor dos 15 dias a mais no imposto de renda.
Para ter direito à extensão o pai deve fazer a solicitação até dois dias úteis após o parto e comprovar que participou de um programa de orientação sobre paternidade responsável.
Uma das alternativas para buscar um tempo maior de convivência com os filhos recém-nascidos é unir a concessão de férias com a licença-paternidade, sem que o afastamento seja descontado do período aquisitivo de férias, isto é, os 12 meses trabalhados para garantir o direito ao descanso.
Vale lembrar que é possível recorrer ao Judiciário para que casos particulares sejam avaliados: em 2017 um servidor público do Hospital de Clínicas do Paraná, pai de gêmeos, garantiu a prorrogação da licença-paternidade de 20 para 180 dias, a partir de uma liminar do Tribunal Regional Federal. São raras, mas ainda sim decisões interessantes que valem a pena ser destacadas.
A presença do pai de bebê prematuro durante o período de internação na UTI neonatal proporciona sensação de acolhimento e segurança para a mãe, além de aumentar as oportunidades de contato com o bebê, fortalecendo vínculos e facilitando o processo de “paternalização”.
tire a licença-paternidade e aproveite para se dedicar exclusivamente ao bebê e a relação entre vocês. Esteja com seu bebê na UTI neonatal neste momento importante e único.
Crie vínculos e mostre a ele o quanto sua vida é valiosa. Estar presente significa que a mamãe também poderá descansar um pouco.
A recomendação dos profissionais de saúde reforça que é importante fazer coisas que lhes façam abstrair um pouco e que lhes deem prazer e não se sintam culpados por não estarem morando 100% do tempo no hospital;
No pós-parto, é normal que a mamãe se sinta mais sensível e incomodada com o seu próprio corpo, que ainda não voltou a ser o que era antes da gravidez.
E não é apenas a variação hormonal que influencia nesse sentimento, mas também a própria alteração da rotina.
Portanto, o pai deve estar mais atento e ajudar as mamães a se sentirem mais bonitas novamente; não deixe, também, de reservar alguns momentos a sós – nem que seja para um breve passeio até a lanchonete mais próxima;
As intercorrências diárias com o cuidado do bebê prematuro podem ser bastante desafiadoras e você tem direito de se sentir sem forças. Procure o colo mais próximo, mas não esqueça de confortar a mamãe com palavras de carinho e esperança.
Deixe claro que você quer pôr a mão na massa para ajudar a cuidar do seu filho: pegar o bebê no colo, dar banho, experimentar a posição “canguru”. A interação com os pais também é extremamente benéfica para o bebê e os profissionais do hospital sabem disso.
Os pais que esperam com você no centro de tratamento intensivo sabem exatamente pelo que sua família está passando. Troque ideias, faça amizades.
Será bom para todos. Vocês podem, por exemplo, fazer favores uns aos outros como buscar comida, dar uma carona ou passar um recado para alguém.
É sempre bom ter aliados no ambiente da UTI. Você também vai acabar conhecendo as crianças internadas e acompanhar as histórias delas – e, tomara, vibrar com cada vitória.
A rotina de ir e vir do hospital é cansativa. Nem sempre há o que comer, e as despesas com condução ou estacionamento começam a se acumular. Fora as tarefas da casa, que ficam muito em segundo plano. Q
quando alguém demonstrar que quer ajudar, aceite. Você pode até especificar alguma coisa, como pedir para a pessoa trazer um lanche, fazer companhia, dar uma carona ou cuidar dos filhos que ficaram em casa. Você terá inúmeras oportunidades de retribuir todo o apoio quando voltar à rotina.
Permaneça ao lado da mãe durante a amamentação e depois da mamada, e pode segurar e ajudar o bebê a arrotar.
Nossa fonte: ONG Prematuridade.com