Pare um pouco e pense quantas vezes seu filho se machucou nas últimas férias, nos últimos meses ou nas últimas semanas. Se foram muitas, o saldo é positivo, acredite!
Nesse período lindo chamado primeira infância, as crianças se movimentam. E porque se movimentam, se machucam. E porque se machucam, os pais ficam doidinhos e querem controlar tudo que os pequenos fazem.
Como se desse para controlar… Não tem nada a ver com abandonar as crianças à própria sorte. O movimento, essa característica inicial e tão expressiva em toda primeira e segunda infância, é a essência do desenvolvimento cognitivo, emocional e social dos pequenos.
Por isso, não há aprendizagem nessa fase da vida sem ser exercitando o corpo e todas suas possibilidades. E como qualquer processo de aprendizagem, é necessário estar aberto aos riscos de se dar mal. “Viver é muito perigoso”, já dizia Guimarães Rosa. Quem não corre riscos, não vive. Não vive e não aprende a viver.
Em todo processo de aprendizagem, saímos de uma zona de conforto e exploramos um mundo desconhecido. Sair daquilo que já sabemos para o que não sabemos fazer é sempre um risco. Um menino só aprende a escalar uma árvore escalando uma árvore. Só aprende a andar de bicicleta andando de bicicleta. E, nesse meio tempo, vai esfolar os joelhos, claro, mas o saldo final é um novo modo de estar no mundo.
O corpo do bebê é a expressão viva do lançar-se integralmente ao presente e seus desafios. Dor, machucados e cicatrizes fazem parte, tal como as risadas, os olhos vibrantes por ter conseguido e os gestos que se aperfeiçoam. Tudo isso alimenta uma memória corporal necessária para toda a vida.
Para saber mais sobre isso, assista à pílula do filme “O Começo da Vida”, “Desenvolvimento do Corpo”.
Fonte: Instituto Alana