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Desfralde: momento certo evita traumas e frustrações

desfralde

Fazer o desfralde da criança é sempre muito delicado para os pais. Por isso, é fundamental avaliar o momento exato para que não haja problemas e frustrações de ambos os lados. Segundo a pediatra Ana Paula Sakamoto, os pais devem identificar a hora correta de iniciar este processo. “No verão, o desfralde é mais fácil, porque a família está presente no dia a dia da criança, devido às férias. Além disso, o uso de roupas mais leves facilita muito. Os pais, no entanto, devem saber a melhor oportunidade para não causar traumas e frustrações. Também não aconselho retirar a fralda muito antes dos dois anos de idade, pois a criança pode ainda não estar preparada”, afirma a médica.

De acordo com a especialista, o desfralde feito em um momento inadequado gera transtornos psicológicos e emocionais, como insegurança, ansiedade, choro intenso, ou problemas clínicos, como infecções urinárias, prisão de ventre, medo de evacuar ou a chamada enurese noturna, quando a criança tem mais de cinco anos e ainda faz xixi na cama diariamente ou mais de uma vez por noite.

Outro ponto importante é não fazer o desfralde em situações marcantes na vida da criança, como o nascimento de um irmão ou irmã, separação dos pais ou mudança de casa ou de escola. “Fases delicadas que causam estresse são fatores que impactam a adaptação e dificultam o processo”, explica.

Veja abaixo mais dicas da pediatra:

– Repare se a criança se queixa quando está com a fralda suja e se avisa quando vai fazer necessidades – é um indício para o começo do desfralde.
– Dê início ao desfralde no período diurno, tirando a fralda noturna apenas quando perceber que a criança acorda quase sempre seca. Diminua a ingestão de líquidos e a leve ao banheiro antes de dormir.
– Pergunte, de hora em hora, se a criança quer ir ao banheiro. Vai chegar um momento em que ela mesma avisará quando precisar.
– Encoraje e comemore o sucesso e a iniciativa da criança.
– Tenha paciência. O tempo de desfralde varia entre poucos dias ou mais de um mês. Em caso de escapadas, não brigue. Protetores impermeáveis de colchão ajudam a mantê-los secos e conservados durante a noite.
– O processo deve ser divertido. Vale brincar com bonequinhos, cantar musiquinhas ou decorar o penico com adesivos.
– Prefira penico ou adaptador de assento com apoio para os pés, favorecendo, assim, a prensa abdominal – posição que estimula a evacuação.
– Para as crianças mais independentes, que querem fazer as tarefas sozinhas, ensine-as a dar descarga, mas fique atento à higiene para evitar possíveis infecções, principalmente, nas meninas.
– Utilize calcinhas e cuecas sempre de algodão e mais largas, que facilitam a criança a retirá-la sozinha.
– Envolva todos que convivem com a criança – seja em casa ou na escola – para dar maior segurança no processo.

 

Fonte: Ana Paula Sakamoto, pediatra do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos.

 

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Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.