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Cinco maneiras de estimular ao máximo o cérebro das crianças nos primeiros anos de vida

crianças

Após estudarem a fundo sobre a importância dos cuidados dos pais durante a primeira infância, especialistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, desenvolveram o programa The Boston Basics, que são princípios básicos a serem adotados de forma divertida, simples e poderosa pelos pais em seus filhos de até três anos que ainda não estão na escola e carecem ainda mais de estímulos. “Bebês e crianças são mais espertas do que imaginamos. Eles se comunicam por sons, movimentos e expressões faciais. Quanto mais nós respondemos à sua comunicação, mais inteligentes e felizes se tornam”, expõe Ronald Ferguson, professor idealizador do projeto.

O objetivo dos princípios de Boston é estimular as crianças pequenas que estão fora da escola, principalmente as de menor renda.  Para os idealizadores, as crianças que não recebem estímulos importantes até os três anos acabam tendo disparidades de aprendizagem em relação às que frequentaram a escola nesse período. Essas disparidades serão muito perceptíveis na vida adulta, por isso a importância do desenvolvimento cognitivo desde os primeiros dias de um bebê.

Cinco princípios 

Aprenda, com os princípios de Boston, como estimular adequadamente as crianças de 0 a 3 anos, principalmente as que ainda não estão na escola, para um perfeito desenvolvimento neurológico e cognitivo:

1 – Maximizar o amor e administrar o estresse

As crianças precisam saber que existe amor ao seu redor, por isso, as atitudes mais simples como pegar no colo, colocar para dormir ou dar comida devem ser aplicadas com amor. Parece óbvio, já que parte-se do princípio que toda mãe e pai amam seus filhos, mas acontece que nem sempre este amor é demonstrado de forma clara. Carinho, palavras afetuosas e de incentivo, elogios, além do cuidado básico devem fazer parte da rotina da família. Em contrapartida, deve-se administrar o estresse tóxico, isto é, evitar que a criança vivencie os problemas domésticos (brigas, violência, gritos, dificuldades financeiras, separação, entre outros) que acabam se transformando em falta de afeto e de atenção. Os especialistas afirmam que tal estresse marca para sempre a vida das crianças, colaborando para que se tornem adultos problemáticos.

2 – Falar, cantar e apontar

Sempre que for se comunicar com os pequenos, procure falar normalmente, sem usar uma linguagem infantilizada. Além disso, associar os objetos com seus nomes (por exemplo, apontando para a fruta do lanche e dizendo “maçã”) é importante para que a criança aprenda novo vocabulário e de forma correta. Nestes momentos de comunicação, é essencial realizar contato visual, pois faz muita diferença na compreensão das crianças.

3 – Contar, agrupar e comparar

Nos momentos de brincadeira, busque introduzir o raciocínio matemático. Contar, agrupar e comparar o número de brinquedos, de dedos e demais objetos que estiver em frente ao bebê, por exemplo, introduz a ideia de ordem, sequência e tempo.

4 – Explorar através do movimento e da brincadeira 

É preciso manter viva a fascinação e a curiosidade, além disso, incentivar as aptidões tridimensionais, isto é, a noção de presença e espaço. Um exemplo é colocar o bebê para engatinhar e andar nos mais diversos espaços (subida, descida, grama, areia, etc) e deixá-lo em contato com objetos das mais variadas formas (cubos, bolas, etc).

5 – Ler e discutir 

A maioria dos pais sabe a importância de ler para os filhos, porém, não basta somente reproduzir as histórias. É preciso atuar, convidar a criança a interpretar junto. Por exemplo, antes de virar a página, pergunte o que a criança acha que vai acontecer a seguir, peça para lembrar o que aconteceu antes e explicar o que está acontecendo na história. Os pequenos precisam ser mais que meros ouvintes, elas devem participar! Uma dica é começar a ler antes mesmo de a criança conseguir responder, pois assim se cria o hábito da leitura.

Fontes: Paulo Breinis, neuropediatra e professor de neurologia infantil da Faculdade de Medicina do ABC; Ronald Ferguson, diretor do Achievement Gap Initiative, da Universidade de Harvard; Artigo Review of the Science Behind the Boston Basics Early Childhood Caregiving Behaviors for Ages 0 to 3, do The Achievement Gap Initiative, da Universidade de Harvard.

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Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.

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