Uma pesquisa realizada pela Universidade de Essex e divulgada no jornal The Economist, do Reino Unido, relata o que os britânicos chamam de “holiday glumness”, ou “tristeza de feriado”, em tradução livre. Segundo o estudo, realizado com 40 mil famílias em diferentes épocas do ano, as crianças são mais felizes quando estão na escola que durante os longos períodos de descanso.
De acordo com a coordenadora pedagógica, Alessandra Samaan, essa tristeza pode ser explicada pela ansiedade da separação, causada pelo distanciamento dos amigos. Segundo ela, outro motivo é a substituição de atividades produtivas, nas quais elas se sentem evoluindo ou contribuindo com algo, por um tempo significativo em frente às telas de TV, computador e smartphone. “Todo mundo precisa de algo significativo para preencher o seu dia”, afirma. Isso explica por que os adultos desempregados são menos felizes, por exemplo.
A pesquisa foi aplicada apenas com crianças que passam o tempo livre em casa e não pode ser comparada com crianças que viajam. “Embora os resultados do estudo não possam ser generalizados, pois cada criança tem um contexto único durante os períodos de descanso e uma relação particular com o ambiente escolar, é compreensível e faz sentido que a maioria seja mais feliz onde desenvolve e desempenha diferentes papéis e participa de brincadeiras coletivas”, afirma a professora Michelle Cristina Norberto.
De acordo com o relatório, os adolescentes são mais afetados pela “tristeza de feriado” que as crianças menores – e os meninos tendem a sofrer mais nesse período que as meninas. O estudo revela também que os feriados são ainda piores que as férias, por conta das provas que estão por vir: quem não gasta o tempo livre estudando, sente-se culpado. E as compensações nem sempre são suficientes nos feriados, como as viagens de julho ou as festas de fim de ano.
Fonte: Alessandra Samaan, coordenadora pedagógica.
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Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.