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1 de dezembro de 2016
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A febre é um sinal do corpo de que algo não está bem. Mesmo em casos em que ela não está alta, somente sua presença já é motivo para preocupação por parte dos pais. Em crianças pequenas a apreensão é ainda maior, já que é difícil que elas consigam expressar o que se passa. No entanto, é preciso agir com calma, pois estudos comprovam que febres e infecções são constantes até os três anos de idade.
Contato com o mundo
Os primeiros anos de vida de uma criança é uma verdadeira descoberta do mundo. Com isso, seu organismo precisa aprender a lidar com novos agentes presentes na atmosfera. “As crianças pequenas têm mais risco de infecções pelo aumento da exposição a agentes infecciosos do meio ambiente associada à imaturidade do sistema imunológica própria da idade”, explica a pediatra Natacha Sakai, do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, em São Paulo.
O início da frequência em creche e escola é um dos principais momentos de interação social que colaboram para a transmissão de doenças. Porém, isso não deve ser motivo para evitar tais lugares. “A imunidade é a capacidade que o corpo tem em resistir contra quase todos os tipos de micro-organismos ou toxinas, como bactérias e vírus. A criança vai adquirindo com o tempo a imunidade contra as doenças”, destaca a endocrinologista, Giovana Carpentieri. De acordo com Natacha, em geral, as crianças nessa faixa etária podem ser acometidas até 12 vezes ao ano por febre ou infecção.
Sem desespero
A maioria dos casos de febres costuma passar após alguns dias. Ainda assim, há pais que se desesperam ao primeiro sinal de alteração de temperatura, correndo para o médico mais próximo. “É preciso ter em mente que pronto-socorro não é consultório. Toda criança deve ter acompanhamento com um pediatra. Quando surgirem dúvidas, comunique o ocorrido ao profissional que orientará quanto à necessidade de atendimento de urgência”, frisa Natacha.
A especialista ressalta que a febre não é uma doença, e sim um sintoma, que pode ter ações não apenas negativas ao organismo, mas também benéficas, como redução da reprodução de vírus e bactérias e estímulo à atividade da imunidade. “Em geral, se a criança tem mais de dois meses, a temperatura não ultrapassa os 39,5°C e não há dificuldade em monitorar a febre, pois cede com antitérmico e tem duração menor que 72 horas”, afirma a pediatra.
O quadro merece maior atenção quando há outros sintomas combinados, como gemência, vômitos e dificuldades para respirar. Nestes casos, há necessidade de avaliação médica com urgência.
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Como evitar
Algumas medidas são fundamentais para garantir que seu filho fique longe de febres e infecções
– Manter o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida, pois o alimento é rico em imunoglobulinas, que contribuem para a proteção contra diversas infecções.
– Evitar aglomerações.
– Vacinar conforme orientação pediátrica.
– Evitar idas ao pronto-socorro, onde há muitas pessoas doentes.
– Conservar o ambiente livre de fumaça de cigarro.
– Fazer sempre a higienização das mãos.
Antibióticos: use com moderação
Eles revolucionaram a medicina, porém, devem ser usados com cautela. Apesar de ajudarem a combater muitas infecções bacterianas, nem sempre são a solução. “Quando utilizado de forma inadequada, além de ineficaz, o antibiótico pode provocar reações adversas severas. Seu uso indiscriminado tem participação na crescente resistência de bactérias aos medicamentos”, destaca Natacha.
Na maioria das vezes, os antibióticos são prescritos por profissionais de plantão, que não conhecem o histórico da saúde do paciente. Mais um motivo da importância de se evitar o atendimento de emergência e preferir o acompanhamento pediátrico regular.
Você já ouviu falar do timo?
Uma opção no tratamento do quadro infeccioso que evita o uso abusivo de antibióticos envolve uma glândula chamada timo, situada no tórax e parte do sistema imunológico. Ela prepara as células de defesa do organismo para identificar agentes infecciosos e compostos estranhos ao corpo. “A função do timo é promover a maturação dos linfócitos T (células-tronco de defesa que vieram do fígado e da medula óssea) até o estágio de pró-linfócitos, quando vão para os outros tecidos linfoides, onde se tornam ativos para a resposta imune. O timo também dá origem a linfócitos T maduros que vão fazer o reconhecimento do organismo para saber identificar o que é material estranho ou próprio do organismo”, explica a endocrinologista, Giovana Carpentieri. Os linfócitos são os principais elementos das células do sistema imunológico, que formam um forte exército contra micro-organismos e toxinas, prevenindo e combatendo infecções.
Ao longo da vida, o timo evolui, diminuindo de tamanho e sendo substituído por tecido adiposo já na adolescência. Para saber mais sobre o tratamento, procure um endocrinologista ou o pediatra do seu filho.
Por Natália Negretti
Nossas fontes
Giovanna Carpentieri, endocrinologista
Natacha Sakai, pediatra