Muitas pessoas estão utilizando o conceito “responsabilidade social” de forma equivocada. Primeiro, é importante esclarecer. Responsabilidade Social é um compromisso voluntário, que assumimos para formar uma sociedade mais justa e pela preservação do meio ambiente.
Esse compromisso vai além de promover uma caridade. Ele atua para promover uma transformação social mais profunda, beneficiando a todos os públicos com os quais nos relacionamos (chamados stakeholders).
Então, responsabilidade social é diferente de FILANTROPIA. Por quê? Porque filantropia não promove uma transformação social. Apenas resolve um problema pontual.
Uma campanha do agasalho, por exemplo, é importante para amenizar o frio das pessoas que não têm o que vestir, que moram na rua, que precisam de ajuda. É caridade.
Quando idealizei o programa Escolas do bem, baseado num modelo de responsabilidade social nas escolas, meu objetivo foi o de mobilizar os diretores para uma proposta muito mais avançada do que fazer caridade.
Uma escola tem sua função social, que é muito maior do que ensinar seus alunos.
Assim, se você também acredita que pode contribuir para uma transformação social em sua escola, em seu bairro e até em sua cidade, já tem aí em seu coração um sentimento forte para se implantar um modelo de responsabilidade social e colher resultados impressionantes.
Não dá pra ficar reclamando da crise, chorando com a perda de alunos, queixando-se de que hoje em dia não há professores competentes e motivados. É hora de agir!
Por isso, implantar um programa de responsabilidade social em sua escola traz resultados sociais, ambientais e financeiros, mas é preciso entender que exige uma mudança cultural. Em primeiro lugar: olhar para o público interno. Você oferece treinamento e capacitação adequados para melhorar as competências dos seus educadores?
Você, diretor, se preocupa com a saúde e o bem-estar dos seus funcionários, que são o seu ativo mais precioso?
Esse é o começo. Olhar pra dentro.
Não adianta fazer campanha do agasalho, campanha do ovo de Páscoa, vender pastel na barraca da festa junina e beneficiar uma organização da sua cidade.
Assim, você tem que começar a olhar para dentro da sua organização. O que você tem feito para melhorar a vida dos seus professores, auxiliares e outros profissionais de apoio administrativo? Quanto você investe na capacitação da sua equipe?
Portanto, aí existe algo real e duro de reconhecer: o resultado financeiro obtido em seu negócio é proporcional ao que você investe para melhorar a competência da sua equipe.
Isso acontece porque muitos dos resultados que temos hoje são consequências de comportamentos e atitudes internas. E, vou mais fundo: são resultado do comportamento e atitudes do gestor. Não adianta culpar a crise, o governo, o Temer, o Trump…
Finalmente, a boa notícia é que dá pra mudar comportamentos e atitudes. É preciso mudar paradigmas, fazer uma gestão inovadora e sustentável. Basta querer!
Por Lucy De Miguel, presidente do Instituto Noa e idealizadora do Programa Escolas do Bem