Edição de junho da revista Tititi mostra por que as escolas devem se tornar protagonistas nas ações de responsabilidade social e como isso pode gerar uma grande transformação da sociedade
A matéria mostra a importância das escolas assumirem um papel protagonista na construção de indivíduos mais humanos e preparados para o futuro, além de contribuírem para o bem-estar da comunidade ao seu redor, dos portões pra fora.
O programa Escolas do Bem existe desde 2016 e vem ampliando sua atuação em diferentes cidades brasileiras, expandindo o conceito de Cidades Amigas da Criança, do Unicef.
Muito além dos conteúdos ensinados em sala de aula, as escolas podem e devem se tornar protagonistas de uma grande transformação quando decidem que as suas ações também terão reflexo dos portões para fora.
Nesse ambiente, as crianças e adolescentes podem vivenciar, na prática, a importância da responsabilidade social. É o que defende a jornalista Lucy de Miguel, fundadora do Instituto Noa, organização sem fins lucrativos que coordena o Programa Escolas do Bem, com ações em vários estados brasileiros.
Mas por que ensinar responsabilidade social nos colégios? “Exatamente para que todos os futuros cidadãos reconheçam seu papel na sociedade, valorizando a importância da ajuda mútua: todos podemos (e devemos!) contribuir sempre para o crescimento do próximo. Crianças que aprendem desde cedo a fazer o bem assimilam valores que são imprescindíveis à formação humana, como generosidade, solidariedade, compaixão, felicidade e gratidão”, diz ela.
Lucy também pondera que, embora uma ação não invalide a outra, existe uma diferença entre filantropia e responsabilidade social. “Ao fazermos uma campanha de arrecadação de agasalhos, isso é filantropia. E quando promovemos um curso de formação profissional para pessoas em situação de vulnerabilidade, estamos falando de responsabilidade social. A diferença é que neste caso ajudamos o outro a crescer, dando possibilidades para uma mudança de vida”.
O Programa Escolas do Bem já certificou mais de 140 escolas no Brasil, entre públicas e privadas, e beneficiou mais de 30 mil famílias desde a sua criação, em 2015. As instituições associadas intensificam as iniciativas, que visam a promoção de uma cidade melhor para todos, sempre em alinhamento com o projeto pedagógico. E os resultados são incríveis!
Lucy cita o exemplo da ONG Alquimia, localizada na Zona Sul de São Paulo. Com a ajuda de empresas parceiras e da subprefeitura, construiu uma calçada brincante com mais de 150 metros, em uma das avenidas mais movimentadas da cidade.
“A ação se estendeu também à revitalização de uma praça do entorno, que funcionava como depósito de entulho, e hoje é utilizada pela vizinhança e pela própria escola em atividades pedagógicas externas. Todo mundo ganhou com as benfeitorias”, vibra Lucy.
Em Itabira (MG), a escola Educar articula campanha de arrecadação de tampinhas plásticas em toda a cidade. O dinheiro arrecadado custeia a castração de animais abandonados. Toda a ação é feita em parceria com outras organizações e com uma universidade, que realiza a operação em seu centro médico veterinário.
“O nosso objetivo é instigar um espírito colaborativo, que contagia a todos, e faz com que as escolas tenham uma presença ativa no bairro ou na cidade, melhorando a vida da comunidade. É extremamente gratificante ver o fruto dessas ações, por exemplo, a cada cadeira de rodas que doamos graças a arrecadação de lacres. São sementes que plantamos e vão florescer”, finaliza a jornalista.
Instagram: @escolasdobem
Site: www.escolasdobem.com.br
Fonte: Revista Tititi, Editora Escala, Edição nº 1212, de 28/06/2022