Ficar longe dos filhos depois de um período de intenso relacionamento, durante as férias de verão, pode ser sofrido para os pais. Mas, o fim das férias deixa, principalmente, um vazio e causa ansiedade nas crianças, que podem ficar resistentes na volta às aulas, devido à insegurança em relação ao novo. “O que as aflige é perder hábitos livres e divertidos, que tiveram no período das férias, além dos momentos mais próximos com os pais”, explica a psicóloga do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Marina Arnoni Balieiro.
Segundo a especialista, não existe uma fase para surgir esse medo. “Pode acontecer em qualquer idade. As crianças menores tendem a sofrem mais, pois não têm noção de tempo. Eles não entendem que é apenas um momento do dia longe dos pais”, afirma. “Por isso, é importante iniciar a reorganização das rotinas diárias alguns dias antes da volta às aulas, para que a mudança aconteça aos poucos e o sofrimento seja menor”, completa.
Veja algumas dicas da especialista para facilitar a adaptação:
– Incentive a criança a ir à escola, converse sobre as coisas legais que ela poderá fazer lá e sobre os amigos que encontrará;
– Diga que entende seu medo e que também sentirá saudades, mas que isso não é algo ruim, pois estarão juntos novamente ao final do dia;
– Se a escola permitir, leve seu filho até a sala de aula ou do berçário. Converse com a professora, participe e seja presente, principalmente nos primeiros dias;
– Transmita confiança. Esteja no horário combinado para buscá-lo e, se for atrasar, avise seu filho ou peça para que a escola repasse o recado, para que ele se sinta seguro. Se possível, busque-o mais cedo na primeira semana para terem mais tempo juntos;
– Não compense a ida da criança à escola com presentes ou doces. Isso não ajuda em nada. Muito pelo contrário! A criança perceberá que pode continuar com esse comportamento para ganhar o que quer;
– Tenha paciência. Diferentemente dos adultos, as crianças não levam muito tempo para se adaptar às mudanças. O fundamental é que os pais ou responsáveis sejam amorosos e tolerantes;
– Não demonstre seu medo e insegurança para a criança. Nem sempre o que você sente é aquilo que seu filho irá sentir. O que você passa para ele, com certeza, ele irá perceber.
Fonte: Marina Arnoni Balieiro, psicóloga do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos.
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Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.