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Conversar sobre sexo com os filhos ajuda a estabelecer uma relação de confiança

Portrait of friendly family spending leisure together at home

Family at leisure

Imagem: Freepik.

“Quando eu era criança, tinha muitas dúvidas sobre sexualidade, mas não perguntava para os meus pais por medo de levar bronca, além de ter muita vergonha. Hoje, respondo as perguntas dos meus filhos sem inventar história e sem gaguejar, pois acredito que crescerão mais bem-informados e seguros”, relata a designer Mariana Mota, mãe de Rita e Gabriel, de 12 e 8 anos, respectivamente. A designer ainda pode ser considerada uma exceção, já que a maioria dos adultos tem dificuldade em abordar o assunto com as crianças.

“Muitos pais, por conta da própria falta de uma educação sexual, de uma criação rígida e muito reprimida, não sabem como conversar e não conseguem acolher esse momento dos filhos. As crianças passam por fases que vão favorecer o seu desenvolvimento psíquico e emocional. É importante os pais ficarem atentos a essas fases e abordarem questões sobre sexualidade que ajudem essa construção”, afirma o psicólogo Breno Rosostolato.

 

Crianças mais seguras

Estabelecer uma relação de confiança, inclusive, é fundamental para que os pequenos possam recorrer aos adultos sempre que acharem necessário e pode evitar até mesmo casos graves, como de abusos sexuais. “Em casos de abuso e violência existe sempre uma relação de segredo, poder e medo, em que a criança é instruída a não contar aquilo a ninguém. Quando há uma relação positiva e de confiança com os pais, ela se sente segura para romper essa situação”, explica a psicóloga Patrícia Pereira.

É por isso também que, desde cedo, o indicado é ensinar o nome correto dos órgãos sexuais e que o corpo das crianças pertence a elas – e, portanto, ninguém pode tocá-lo sem o seu consentimento. “Assim, aumenta-se a autonomia da criança em evitar ou mesmo reconhecer um abuso”, complementa a psicóloga.

E o papel da escola?

Geralmente a educação sexual vira tema discutido nas escolas quando as crianças chegam aos 10 ou 11 anos. Para a psicóloga, é fundamental que a escola aborde o assunto desde cedo, justamente pela dificuldade que algumas famílias têm para falar sobre sexualidade em casa, ou mesmo por falta de conhecimento, o que faz com que informações inverossímeis sejam transmitidas às crianças.

Contudo, para o psicólogo Breno Rosostolato, os pais não deixam de ter papel fundamental na educação sexual dos filhos. “A escola é uma extensão do ambiente familiar, mas que abordará a sexualidade de maneia científica como aspecto fisiológico, seu funcionamento e prevenção”, diz. Valores relacionados à sexualidade, por exemplo, são aprendidos muito mais em casa, no dia a dia. “Um dos principais motivos para falar sobre sexo com os filhos é combater condutas machistas e preconceituosas que levam a situações de intolerância e violência”, destaca Patrícia.

 

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Foto: Freepik.

Em cada fase

As dúvidas vão mudando conforme a criança vai crescendo. Por isso, os psicólogos dão as dicas para lidar com o assunto em cada idade.

  • A partir dos 4 anos: é o começo da fase dos “porquês”. Os pais precisam fornecer as respostas e deixar claro que essas coisas pertencem ao mundo dos adultos e farão parte da vida do filho no futuro.

  • Aos 8 anos: é a idade em que a criança já presta atenção ao sexo oposto. Os pais devem conversar sobre a diferença entre homens e mulheres, já podendo explicar que os órgãos (que os pequenos já devem conhecer os nomes e as características) são usados para gerar os bebês.

  • Aos 11 anos: até essa idade, é importante os pais ficarem atentos à transmissão de valores, regras e normas socialmente aceitos. Não usar estereótipos e nem conceitos preconceituosos que favoreça o homem ou a mulher, por exemplo, é essencial.

  • Na adolescência: nessa fase ambos os sexos já têm consciência de suas identidades sexuais. “Os pais devem dar espaço para o pré-adolescente, o diálogo deve ser constante sem ser invasivo e agressivo e deve seguir no sentido de orientar, mas, principalmente, passar confiança e segurança”, recomenda Breno.

 
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