Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE), quase 17% da população brasileira é deficiente auditiva, sendo que 3 a cada 200 crianças nascem surdas. Porém, a educação inclusiva ainda não acontece na maioria das escolas.
Reconhecida desde 2002, a linguagem de libras é a forma mais comum para que surdos se comuniquem. Mas as escolas que não adotam o método da educação inclusiva apresentam dificuldades em ensinar estudantes surdos.
De acordo com o psicólogo Vitor Matos, poucas escolas e instituições possuem um quadro de profissionais capacitados em atender a demanda para auxiliar a aprendizagem do surdo, além da língua de sinais. Por isso, a importância da integração como uma forma de adaptar o aluno ao sistema preestabelecido.
“Soluções como a colocação e valorização dos intérpretes, a capacitação dos professores, a inclusão de profissionais como psicopedagogo e psicólogo nas escolas, melhorias nas estruturas das salas podem facilitar o processo de aprendizagem da criança surda. Desta forma, será mais fácil lidar com os aspectos cognitivos e comportamentais, auxiliando no processo criativo e espontâneo em lidar com as novas situações”, conta o especialista.
Outra dificuldade está na linguagem que a criança surda está inserida que, muitas vezes, participa de ambientes em que a língua oral é predominante. Muitos pais ouvintes começam a ensinar gestos e mímicas para que a criança compreenda alguns comportamentos. No entanto, se não for uma escola que contribua para a aprendizagem em libras, acaba dificultando o processo e a criança apresentará dificuldades em se relacionar.
O acompanhamento dos pais no processo educativo da criança é de extrema importância, pois chegará um momento em que a criança aprenderá libras e se os pais ouvintes não desenvolverem essa prática, poderão se sentir impotentes devido à falta de conhecimento desta língua, prejudicando sua relação com o filho.
“Entre os principais desafios, o primeiro é a não aceitação do diagnóstico da surdez, no qual muitos pais não se sentem à vontade de brincar com seus filhos pela falta do ouvir, tornando difícil sua interação com a criança. A superproteção acontece bastante por acreditar que o filho não vai se desenvolver, impedindo a sua inclusão e o
desenvolvimento de habilidades”, explica Matos.
Fonte: Vitor Matos, psicólogo.
Leia também:
Perda de audição causa atraso na fala das crianças
Comparar irmãos pode ser prejudicial ao desenvolvimento infantil
Uso excessivo de computador pode causar queda no rendimento escolar
Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.