consumismo infantil
Conheça os efeitos nocivos que o consumismo infantil pode acarretar para a sociedade
8 de novembro de 2018
Halloween na escola Educare: crianças descobrem a cultura inglesa
9 de novembro de 2018

Infância interrompida: saiba como reconhecer a puberdade precoce

puberdade

As crianças estão entrando na puberdade cada vez mais cedo. Estudos apontam que atualmente esse processo de transformação tem ocorrido dois anos antes do que o normal, que seria de 8 a 13 anos. Por isso, temos a sensação de que a infância anda muito mais curta para nossos pequenos.

“Pesquisas mostram que a soma de vários fatores, como exposição maior a produtos químicos, consumo de alimentos processados e acúmulo precoce de gordura, pode levar à maturação biológica precoce, pois esses elementos funcionariam como hormônios no metabolismo da criança. A exposição prolongada à luz artificial e o apelo sexual intenso através da televisão, revistas e internet também estão relacionados”, explica a médica ginecologista e obstetra Erica Mantelli.

Segundo a pediatra e endocrinologista pediátrica Adriana Beletato dos Santos Balancieri, a puberdade precoce pode ser de origem central ou periférica.

“A puberdade precoce central ocorre quando há uma alteração na secreção do hormônio liberador das gonadotrofinas (GnRH), que é produzido em uma região específica do cérebro, o hipotálamo, levando assim a uma ativação do eixo hormonal hipotálamo-hipófise-gônadas. Na puberdade de origem periférica não há alteração do eixo hipofisário, mas um aumento dos níveis de estrogênio ou testosterona, que atuam diretamente estimulando as gônadas”.

Nas meninas, predomina a puberdade precoce de origem central de causa idiopática, ou seja, sem uma causa conhecida. Sabe-se que as meninas com baixo peso ao nascimento, adotadas, obesas ou expostas a substâncias químicas que alteram os estrogênios apresentam um risco de 10 a 20 vezes maior para desenvolver puberdade precoce.

“Outras causas menos frequentes são tumores do sistema nervoso central, principalmente o hamartoma e tumores de ovário”, destaca Adriana.

puberdade-precoce

Em relação aos meninos, mais de 50% dos casos apresentam uma causa orgânica, principalmente tumores do sistema nervoso central e testículos, sendo que todos devem ser extensamente investigados.

O diagnóstico é realizado através da história clínica, exame físico e exames complementares. “Dentre os exames complementares nós temos os hormonais e os exames de imagens como: radiografia de idade óssea, ultrassonografia, tomografia e ressonância nuclear magnética de crânio. É importante salientar que o diagnóstico é individualizado e os exames são direcionados conforme cada caso”, salienta Adriana.

Confirmada a situação, como os pais devem proceder? Erica Mantelli diz que nem sempre é necessário o uso de medicamentos. “Algumas vezes, é preciso apenas fazer acompanhamento médico periódico. A criança também deve receber suporte psicológico para que essas transformações antes da hora não sejam motivo de constrangimento e trauma devido à diferença dos colegas da mesma idade.

Em situações em que há uma aceleração importante da idade óssea, a criança pode ter seu crescimento interrompido, com a estatura final prejudicada. Para evitar que sejam adultos muito baixos, existem medicamentos hormonais para bloquear esse desenvolvimento precoce e garantir melhor crescimento. Se a causa for a presença de tumores, a criança deve ser encaminhada para cirurgia e tratamento medicamentoso.

Fontes: Dra. Erica Mantelli, ginecologista e obstetra, pós-graduanda em Sexologia pela Universidade de São Paulo (USP); Dra. Adriana Beletato dos Santos Balancieri, pediatra e endocrinologista pediátrica, professora da área de Pediatria do Departamento de Medicina da Universidade Estadual de Maringá (PR).]

 

Leia também:

 

Ambiente familiar influencia comportamento dos filhos, afirma especialista

 

Vaidade infantil: Preocupação excessiva com a beleza pode prejudicar os pequenos

 

Relacionamento entre pai e mãe influencia o comportamento das crianças

 

Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.