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Conceitos de gênero limitam escolha das crianças

gênero

Rosa é cor de menina, azul é de menino. Meninas brincam com boneca, meninos brincam com carrinho. Meninas são princesas, meninos são super-heróis. A lista de definições de o que são coisas de meninas e de meninos é extensa.

Cada dia mais esses padrões de comportamento estão sendo revistos e questionados, afinal, brincar deve ser livre de limitações. “O direito ao brincar está diretamente relacionado à liberdade. Brincar tem como definição mais pura uma atividade em que a criança se engaje livremente”, explica a psicóloga Ana Oliva Marcílio, da Avante – Educação e Mobilização Social.

Desconstrução total

Criança nenhuma nasce sabendo qual brinquedo ou cor é para menino ou para menina. Por tanto, é bastante simples definir que ela é livre para brincar com qual brinquedo quiser e se vestir da cor que bem entender, certo? Não exatamente. Os conceitos de gênero que limitam suas escolhas estão enraizados na sociedade há muitos anos, passados de geração para geração, criando-se mitos que dividem o que é certo para meninas e, consequentemente, errado para meninos, e vice-versa.

Assim, para se começar a pensar em uma infância mais igualitária, é preciso pensar primeiro nos adultos que rodeiam as crianças. “As desconstruções destes mitos e amarras de gênero construídas por longos anos e que se tornam naturalizadas precisam ser feitas no cotidiano das escolas, nas organizações da sociedade civil e governamental, nas famílias, universidades, etc”, destaca Ana Paula Rodrigues, coordenadora do Programa de Redes e Incidência Política da fundação Xuxa Meneghel.

O contato dos pais e cuidadores desde os primeiros meses do bebê pode ser carregado de pré-conceitos que reforçam a diferenciação entre meninos e meninas. Isso não significa que há uma educação errada. Os adultos passam aquilo que eles acreditam ser o certo. Por isso, o início da mudança começa na reflexão sobre seus valores e não a imposição de novos.

“A experiência que temos nos projetos é de que não adianta tentarmos impor que o menino também pode usar rosa ou a menina azul, ou qualquer cor que escolher. Muitas vezes, isso fere valores caros para a família e pode criar afastamento. O que fazemos é provocá-los a refletir, a duvidar e a questionar o que está posto há séculos na nossa sociedade, respeitando o tempo de cada um”, conta Pâmela Menicke, assistente social da Fundação Xuxa Meneghel.

 

Fontes: Ana Oliva Marcílio, psicóloga.

 

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Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.

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