De uma maneira geral, a vaidade das crianças tem se manifestado além da conta. Não é raro notar meninas de seis, sete anos, desfilando como miniadultas nas escolas e nos parques. Uma aceleração dos costumes que pode trazer consequências negativas na vida adulta. “Pode haver um desenvolvimento de uma sexualidade precoce e a chegada da fase da adolescência antes do tempo natural esperado. Além disso, podemos pensar nos transtornos alimentares (bulimia, anorexia) – há muitas chances de crianças que sempre viram suas mães valorizando a magreza a pararem de comer para seguir este padrão”, alerta a psicóloga Vivian Cancellara.
A psicóloga Maria Cristina Martins de Camargo vai adiante: “essas crianças, futuramente, poderão se transformar em adultos extremante vaidosos, insatisfeitos com sua própria imagem e, como a vaidade é ilusória e não corresponde ao real, encontraremos adultos com baixa autoestima, desconectados de si mesmos, em busca de um ideal inatingível , sentimentos de falta e vazio devido à insatisfação dos seus desejos.”
Assim como em todos os setores da vida, o excesso é vilão. Vaidade na medida é fundamental para o asseio, a autoestima, a higiene, a saúde. Mas quando passamos do limite é que começa o problema.
Crianças fofas, bem-arrumadas, cheirosas e limpinhas são o sonho de consumo de grande parte das mamães e dos papais. No entanto, a realidade geralmente é contrária a isso. Esbaldando-se em brincadeiras, os pequenos rolam no chão, dançam e correm até o cabelo ficar arrepiado, arrancam enfeites das roupas para facilitar as travessuras e não são adeptos das roupas engomadinhas.
Veja algumas dicas para identificar os padrões fora do normal:
– Quando a criança prioriza mais aparência do que qualquer outra coisa; deixa de brincar, de estudar, de se relacionar com outras crianças.
-Gastam maior parte do seu tempo, dinheiro da mesada em cosméticos, roupas e acessórios.
– Comem menos (ou não comem), alegando que querem ou “precisam” perder peso, o que pode levar a desenvolver transtornos alimentares ( anorexia e ou bulimia).Vale ressaltar, que, entre as preocupações com a aparência infantil,atualmente, surgem também aquelas causadas pelas doenças alimentares vitimadoras de um crescente número da população infantil. Influenciada pela mídia e pela família, a criança adere à beleza estética de ser magra, visando a obter o corpo ideal.
– Preocupam-se exageradamente com sua “popularidade” na escola, isto é, o desejo exagerado de se sentir admirado.
– Criticam ou comentam sobre a aparência de outras crianças com desdém.
Fontes: Maria Cristina Martins de Camargo, psicóloga clínica e especialista em Psicoterapia Breve; Vivian Cancellara, psicóloga clínica.
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Este conteúdo é publicado na revista NA MOCHILA e compartilhado pelo Programa Escolas do Bem, do Instituto Noa.